30 abril 2011

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local: 
* Genéricos: Série Lago Niassa (6); Dossier "Savana" (1)
* Séries pessoais: Poder e representação: teatrocracia política em Moçambique (9); Da cesta básica à cesta política (7); Os conhecidos que se desconhecem (11); Ditos (8); Dos megaprojectos às mega-ideias (11); Mal-estar na civilização (12); À mão a comida tem melhor gosto (11); Da cólera nosológica à cólera social (10); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (56); África enquanto produção cognitiva (26); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (9); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (12); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)

1 comentário:

ricardo disse...

Em antecipação à questão dos megaprojectos...

E a propósito do consumo mundial de electricidade e sua relação directa com os megaprojectos em Moçambique, o sr. dr. José Chichava, ex-governante, diz aqui: http://www.opais.co.mz/index.php/economia/38-economia/13776-governo-pode-renegociar-contratos-com-mega-projectos.html
Ora não deveria dizê-lo apenas. Mas sim fazê-lo já, sobretudo no caso da MOZAL e não vestir a capa de um relações públicas daquela multinacional para nos dizer, a título de exemplo: o alumínio que o país exporta é Made in Mozambique, o que eleva o nome do país a nível internacional.

Para que fique claro. O composto básico para produção de lingotes (alumina) é extraído nas minas de bauxite da Austrália e de lá, embarca para Moçambique onde é transformado em lingotes que são novamente reexportados com isenção fiscal. Tecnicamente nem sequer TRAFEGA pelo território nacional. Como pode ser Made in Mozambique DR. CHICHAVA?!
Um bom exemplo para se perceber o que isso é, é o processo de importação de viaturas em 2ª mão para Moçambique (vulgo Dubai). Ora elas entram pelo porto de Durban onde são armazenadas em entrepostos da Alfândega e de lá, são redireccionadas para Moçambique em trânsito. Só aqui chegadas é que pagam direitos aduaneiros. Em hipótese alguma se diz serem viaturas importadas da RSA!
Por outro lado, questiona-se: Porque os lingotes não são produzidos na Austrália se a mina está lá? É porque a energia lá é tão cara que baixaria o valor comercial da produção. Por outras palavras, o preço da energia da MOTRACO que vem de Cahora Bassa ou mesmo do gás de Pande é irrisória para o capital internacional, porque a fase final do processo de produção de alumínio (lingotes) é por electrólise o que obriga a gastos imensos de energia de barragens ou centrais atómicas. Ora, das duas uma, ou este Governo não tem um projecto industrial para Moçambique que obrigue a demandas internas progressivas de energia, ou então há energia a mais. Para mim, ambos os cenários ainda são verdadeiros. Ainda, porque gostaria de saber o que pensam os chineses do assunto. Ou as zonas especiais deles serão para fabriquetas de brinquedos?
Por isso, ouvir dizer que o Governo não pode forçar uma MOZAL a renegociar os benefícios fiscais leoninos que tem seria cómico senão fosse trágico. Antes pelo contrário, porque o custo da energia eléctrica é que sempre foi o factor determinante dessa negociação.