18 dezembro 2008

Custódio Pinto: primeira chicotada

O presidente da República, Armando Guebuza, exonerou ontem à noite o comandante-geral da polícia, Custódio Pinto, tendo-o substituído por Jorge Khalau, ex-comandante da Força de Intervenção Rápida.
Observação: parece ser indiscutível que esta é uma primeira medida tendente a contrariar o tsunami surgido com a fuga do três mosqueteiros do crime (Anibalzinho, Samito e Todinho) e com o assassinato de três polícias.

23 comentários:

Anónimo disse...

Alguma cabeca tinha que rolar ... o PR deveria te-lo dado a chance de demitir-se, de acordo com a fashion la nos paises do ocidente ...

"A ver vamos", se o novo Comandante Geral pode criar condicoes para uma epoca festiva mais amena e relaxada.

Laude Guiry

Anónimo disse...

Avisaram o cachimbo quando regente agricola transformose no chefe de policia e depois o exonerado, chefe tinha cera nos ouvidos

Anónimo disse...

Prof.
É assim para mim o problema não é demissao ou exoneração.
O grande problema é o descrédito que a nossa policia ostenta nos dias que correm.
Há muitos policias corruptos desde a policia de transito até a policia especial FIR (era temida já não é).Porque será?
As conexões que há dentro da policia com os Barrões do Crime.
Prof. lembra se do AlÍ(Dono da Electro MUndo?).
PS. Já agora todos jornais independentes falam de um GENERAL na Polícia que encoberta os criminosos, não tem nome este general????
Veja se quem esta a morrer ou esta como os gatunos ou longe dos seus esquemas.
ESTAMOS FARTOS DE VIVER COM MEDO!!!! Ate quando?

Joaqum Macanguisse disse...

A que dar merito algumas investidas do presidente Guebuza.este muitas vezes tem manifestado alguma intençao ,mostra algum desejo de mudar ,eu acho que os observadores e alguns colaboradores seus ja deve entender que ele tem algum proposito com o pais ,sendo perdoado em algumas accoes que em algumas vezes atropelado os presupostos basicos da constituicao.se calhar os grandes problemas que o presidente esta encontrando na sua governacao sao produto da inercia do governo anterior e muitas vezes cheiram coisas com timbre de sabotagem.para mim guebuza é mesmo uma especie de samora adaptando -se ao capitalismo

Anónimo disse...

A questão não se reume em trocar os lideres da policia. O sistema todo precisa de ser insuflado de sangue novo e procidementos novos. Como ? não o sei. Que se debrucem nisso as inúmeras universidades que surgem como cogumelos em tudo quanto é sítio. Os problemas da policia e da justiça precisam de uma abordagem mais abrangente e óbviamente de soluções abragentes.
A Policia esta infiltrada, a justiça esta desacreditada.Sobre os que zelam pela aplicação da justiça não deixa de ser surrealista a prisão de 3 inocentes indiciados da morte do siba siba. Quando não há provas ou não existe capacidade de a policia de investigação criminal procurar os verdadeiros culpados, então não prendam gente de bem, não inventem provas , não difamem as pessoas com fins incofessáveis.O Parente Junior nunca foi funcionario do banco austral, foi indigitado pelo Maleiane, Governador do Banco Central para coadjuvar o finado Siba Siba. Me espanta o silencio cumplice da chamada sociedade civil e do 4º poder, os medias, que nada investigam a respeito, Leiam os jornais da época, pelo menos e desmascarem a farsa. Não podemos tolerar que pessoas inocentes e honestas sejam atiradas para o degredo enquanto os barões do crime continuam impunes. Chega.

Anónimo disse...

A Polícia está altamente comprometida com as diversas formas de crime que grassam este país, embora para muitos crime é sangue ou roubo, os comprometimentos vão desde aliar-se ou dar cobertura a bandidos como Chaúque, Todinho e Anibalzinho,

Outros crimes bastante praticados cá entre nós e que têm cobertura dos generais da PRM são a permissão de entrada e instalação cá na terra de autenticas máfias oriundas sobretudo da Ásia e África Central
Estas máfias controlam o tráfico de drogas, prostituição, tráfico humano,tráfico de moeda, etc e são bastante lesivas a economia do estado, não se metem em assaltos pq isso é para pobres e burros

já houve casos flagrantes mas que cairam em saco roto, tais como o caso dos assassinatos sucessivos dos patrões da JB Records, o dono da Electro Mundo, O fuzilamento em frente ao hafigi, a rixa entre chineses na baixa da cidade,etc...
se ninguém move palha a estes casos é pq está bastante comprometido ou recebe ordens para ficar quieto de alguém comprometido

LIMPEMOS A CASA CHEGA DE SUJEIRA, pq ESTAMOS FARTOS DE VIVER COM MEDO

PS: Uma dica aos habitantes do MINT, bem por detrás do MINT, no mesmo quarteirão há uma casinha de prazer de chinesas, será que nunca perceberam? acham que as jovens que alí se prostituem para altas individualidades atravessaram o oceano para putar cá ou algum dono as trouxe cá com a conivencia de um sócio Moçambicano?

Xipa Zé

Anónimo disse...

Essa bagunça toda é resultado de falta de coerência em assuntos sérios. A corrupção assumiu o comando do país e a incerteza se instalou em nossa sociedade.

Unknown disse...

Governo anterior! esse tipo de argumento é que não gosto porque vamos constituir uma cadeia de justificações. a verdade é que uma estratégia pode falhar pimeiro na sua concepção, implementação ou metodologicamente na avaliação Guebuza sabia o que vinha fazer no poder só que apesar de muitos dados novos o objectivo está longe em vários sectores meu irmão sem ser pessimista há muitos problemas neste mandato só requer um raio X. o que é isso? em que momento na governação do Dambuza vivemos um momento de tensão como este de 1994 para ca? vamos ser ponderados para alé de que em termos ideológicos a FRELIMO é a mesma do Chissano e Guebaz... só apelamos que ele vá enfrente porque de facto trabalhar está a trabalhar os resultados é que estão a tardar. abraços

Anónimo disse...

Este blog é sem dúvida uma fonte alternativa e complementar de informação. Infelizmente, estou tão sedento de informação sobre a teia criminosa em Moçambique: as causas, as suspeitas, as previsões, as suposições, os cenários, a noticia em on line e real time, etc. coisas que o Professor Carlos nos habituou, mas que a sua viagem a Madrid infelizmente não o permite fazer. Acredito que se deva à distância que lhe separa com as suas fontes de informação.

Anónimo disse...

Será que o maior problema são as pessoas? colocado de outra maneira, será que mudando apenas as pessoas os problemas ficam resolvidos? Há aqui muita gente feliz com a atitude do Presidente, que mostra ser o que mais boas intençoes mostra, que mostra aquilo que todos querem ver para julgarem que está havendo soluções..., mas a solução é mostrar a todos que está preocupado ou é encontrar as verdadeiras raizes do problema para solucioá-lo? O único mérito deste Presidente é o de fazer aquilo que todos gostariam mesmo não resolvendo nada... podemos dizer que estamos a ser bem conduzidos? Sim na aparencia... Estamos num país onde o que conta são as intenções tornadas publicas e não realizações... Todos ficam felizes com as intenções, vamos então aplaudir ao mais bem intencionado na demostração da intenção...

Anónimo disse...

Mudar o Comandante da PRM eh uma accao de cosmetica, pois nao ataca o questao de fundo, a falta de profissionalizacao da PRM, a falta de meios de accao, a falta de capacidade tecnica e operativa, e finalmente a corrupcao que graca a corporacao. A atitude do PR eh de louvar, tentar corrigir quando algo demonstra, a olho vistos, que nao funciona! A accao do PR em levar um militar para a PRM foi tentar purificar a PRM, mas essa purificacao nao eh feita do topo para baixo, mas o inverso! Nao descuro a possibilidade dos bufos terem sabotado o militar, que nao era um dos seus! Mas no fim do dia, se o Governo nao investir na PRM, a criminalidade de par com o crescimento economico e o crescimento de "ricos sem riqueza" (M. Couto) vai continuar a crescer! E para terminar, serah que o Anibal, Todinho e Samito tem haver com a morte do Comandante da Cidade?

Reflectindo disse...

Concordo plenamente com Chacate Joaquim. A Frelimo é a mesma, ainda que Chissano e Guebuza são da mesma geracão. Seja como for, Armando Guebuza não me parece ter desenhado uma boa estratégia para o combate ao crime organizado, algo que devia ter comecado antes assumir a Presidência da República. O que ele está a tentar fazer agora é faz de conta. Para os últimos acontecimentos a demissão devia ser do Ministro do Interior e porquê não é ele?

Também, há que assumirmos a parte que nos diz respeito. Não será que nós fazemos menos para contribuirmos no combate à criminalidade? Coloco apenas a pergunta que um dia desenvolver.

Júlio Mutisse disse...

Reflectindo, o país tem um déficite muito grande de responsabilização. É por isso que nos meus trinta e poucos anos de vida (os mesmo do País) não me lembro de um responsável colocar o seu lugar à disposição.

As coisas não andam bem. Há responsabilidades políticas (do ministro) e operativas (do comando geral); o presidente penalizou o operativo afastando-o. Creio que não o fez a toa, deve ter dado uma missão específica ao novo homem forte da polícia; e tomara que essa missão não se esgote na recaptura de Anibalzinho, Samito e Todinho. Tomara que vá, inclusive, até a reorganização da cadeia de comando e, quiçá, da polícia no geral de modo que esta recupere a sua imagem perante o povo.

É que se não fizermos isso, corremos o risco de abrasileirar o estado moçambicano, criando zonas "algemadas" pelo crime, a começar pela própria polícia.

Acredito muito no PR. Acho que não me vou decepcionar

Anónimo disse...

Alo Professor

Desculpa usar deste seu espaco ... quero desejar-lhe um feliz natal e prospero 2009 ... que ganhe o premio de blogs para o ano.

Tambem enderecar iguais saudacoes e desejos aos demais blogs de mocambicanos e um desejo de prospero 2009 aos comentadores com quem entrei em dialectica construtiva neste blog, que como mocambicanos nacionalizamos. Hehehehe, Professor, ja nacionalizamos seu blog ... este eh o nosso 24 de Julho

Laude Guiry

Unknown disse...

Algumas Notas soltas sobre a crimininalidade
Partilho a ideia de que o combate ao crime não é uma exclusividade do ministério do interior. Acho que precisámos de uma visão holística deste assunto. A criminalidade resulta de vários factores, nomeadamente:
a) aumento geométrico da exclusão social;
b) impunidade e falta de responsabilização civil e criminal dos individuos;
c) fragilidade do julgador (magistratura Judicial);
d) fragilidade do acusador (magistratura do ministério público);
e) fragilidade do carcereiro (ministério da justiça)
f) baixa interdisciplinaridade nos órgãos de justiça e segurança;

Para o combate ao crime há que abrir duas frentes: (i) uma de curto prazo, orientada para o ataque dos aspectos conjunturais, e aí se integra a nomeação do comandante da cidade e demais acções sérias e corajosas necessárias para o ministério do interior; tácticas e estratégias de combate do crime conjuntural e sasonal,etc (ii) outra de longo prazo, orientada para aspectos estruturais e estrturantes, nomeadamente reposição da integridade e idoeneidade nos órgãos de administração da justiça; reforma no ministério do interior; uma estratégia pública para a inclusão social de vários jovens, que pululam nesta cidade.

As minhas constatações indicam que há algum receio político e até um adiamento crónico, em fazer uma mexida séria no ministério do interior. Há muitos homens que já deram provas de coragem para este país. Um exemplo que me ocorre assim rapidamente, sem contudo ter muita propriedade sobre a personalidade dele, é o general Lagos Lidimo. Há tantos que podem colaborar nesta operação espinhosa.

Enfim, algumas notas que carecem de uma melhor reestruturação.

Josué J. Muchanga

Anónimo disse...

Prof.
Concordo com o Josué J. Muchanga, ele tem razao.
Um policia tem que meter medo(os gatunos tem q temer)
Lagos LIDIMO para o MINT.

Anónimo disse...

concordo general Lagos Lidimo pode ser a salvacao para acabar com a anarquia no mint

Reflectindo disse...

Caro Júlio Mutisse, obrigado. Concordo contigo quanto ao deficit na responsabilização e digo mais falta de assunção de responsabilidade. Assunção da responsabilidade, porque nós (cada um de nós) não devíamos esperar que sejam outros a nos julgar por desleixo nosso que teve consequências irreparáveis, por exemplo, perda de vidas humanas ou comportamento menos digno que chega a denigrir as nossas organizações ou mesmo toda a sociedade moçambicana.

Contudo, acho que a nossa reflexão sobre a falta de responsabilidade deve ir para além do indivíduo. Podemos nos perguntar, por exemplo, porquê em certas sociedades há auto-demissões, noutras há até suicídios quando as pessoas se sentem culpadas, mas na nossa há só há indiferença?...

Quero acreditar que o Presidente Guebuza não só tem intenções de combater a criminalidade, mas também estratégia.

Caro JJM, parabéns pelas notas, mas acho que devias acrescentar a nossa (ir)responsabilidade como membros da sociedade, a responsabilidade dos partidos políticos, o papel da educação, da religião e até mesmo histórico, entre outros. Para bem dizer, não acredito muito em Lagos Lidimo. Ele foi bom como chefe do Estado Maior e em tempo de paz, algo diferente do Ministério do Interior o qual já foi dirigido por um civil, Aguiar Mazula. O Ministério do Interior deve ser concebido de forma diferente ao da Defesa.

Na minha opinião, o Ministério do Interior precisa de alguém que seja íntegro. E, para muitos moçambicanos, até às eleições de 2004, já havia um candidato para Ministro do Interior. Esse alguém era FELÍCIO ZACARIAS. Portanto, Armando Guebuza desiludiu-nos logo ao nomear José Pacheco para este cargo. E qual foi a razão? Terá sido por ter sido quadro do SNASP? Será que o facto de ele ser um dos responsáveis pela morte de 88 pessoas por asfixia em Montepuez, foi mérito? Acho que a conotação que Pacheco tem com o massacre de Montepuez lhe tira o mérito de assumir a pasta do Ministério do Interior.

A outra questão que descordo com alguns é assumir-se que é Joaquim Chissano ou o elenco de Joaquim Chissano a sabotar Armando Guebuza. Estranhamente, os que assim alegam, são membros da Frelimo. Estes devem desconhecer totalmente a história da Frelimo. Acho este discurso de uma propaganda barata. Todos os bem informados sobre a história recente de Moçambique, sabem que Armando Guebuza já fez parte de elenco de Chissano. Guebuza foi Ministro dos Transportes e Comunicação, acima de tudo, podemos comparar o período em que ele dirigiu o Ministério e ao que Tomás Salomão foi. Salomão melhorou-o considerávelmente. Será que Guebuza estava sabotando Chissano quando nos Correios era só o ninho das moscas? Guebuza foi chefe da bancada parlamentar da Frelimo em toda primeira legislativa e dois anos antes das eleições, ele foi secretário-geral e candidato da Frelimo às presidenciais. Para mim, este era um período em que ele devia ter feito muito em colaboracão com Joaquim Chissano para garantir a sua eleição. A transmissão de poder entre Chissano e Guebuza foi de certa maneira das melhores que conheço na nossa história. E, me perguntarão: E ele não foi eleito com mais de 60 %? Claro que sim, mas não é isso a falta da responsabilidade do eleitor? Será que Armando Guebuza não era um dos que devia combater a criminalidade no governo de Chissano? E se Guebuza não o fez, será que estava a sabotar a governação de Chissano?

Discutamos ainda! Nunca entendi ao que alguns dizem que Guebuza devia livrar-se dos que colaboraram com Chissano. Como seria isto possível se bem que os dois são do mesmo partido e ele mesmo foi um dos colaboradores? A falácia deste discurso, é de ser de pessoas que se identicam frelimistas. Donde Armando Guebuza arranjaria pessoal que não tenha colaborado no governo de Chissano?

Anónimo disse...

Queria dar a minha Vénia para a excelente Reflexão feita pelo Josue J. Muchanga. ENTREGO-LHE A MINHA ESFEROGRAFICA.
Acho que é para este tipo de análises que as nossas Universidades formam quadros. Disse anteriormente que deveríamos encarar o aumento da criminalidade violenta como um Problema Sociológico, ou seja, analisar as fragilidades dos vários subsistemas sociais. Com este tipo de abordagens vamos contribuir para resolver os vários problemas que apoquentam a nossa sociedade.
Quanto ao Reflectindo, este continua sempre igual. A FRELIMO e os seu membros dirigentes são culpados por tudo...já em 2005 ficou desiludido porque para MINT foi nomeado Pacheco e não Felício...para ele Pacheco é responsável pelo massacre de Montepuez...para ele Tomas Salomão foi melhor que Guebuza enquanto MTC...não acredita em Lidimo porque só foi bom CEMGE em tempo de Paz (provavelmente tinha que ser mau para que o Reflectindo acreditasse nele ou ainda teria que explicar que a historia do Lidimo no exercito é anterior ao Tempo de Paz).
Caro Reflectindo,
Se não consegues fazer abordagens isentas, deixe-nos deliciar e concentrar em torno da leitura de JJM. Para si as leituras devem ser: aquele é corrupto, aquele é assassino, aquele é incompetente, etc, etc, etc.
Pelos académicos moçambicanos
Nuno Amorim

Reflectindo disse...

Oh Nuno Amorim,

Que fazes já que não dás e nunca ordens?

Por favor, se não quiseres ler o que escrevo que deixes como fazes para com os outros comentários! Se estás a ler o que escrevo é porque te faz diferenca a qual devias manisfestar respeito. Eu nunca e nunca deixarei de apontar os corruptos ou incompentes, pois eu nao sou lambe-botas. Não vou escrever para satisfazer a ti, tens que estar consciente nisso. Quem não sabe que Pacheco tem responsabilidade no massacre de Montepuez? Estou a dizer que o MINT precisa de chefias íntegros, idóneos, não necessariamente militares.

Anónimo disse...

Caro Reflectindo,
O teu discurso remete-me ao nosso primeiro parlamento multipartidário, onde não se discutia nada de útil. Mais importante que discutir a vida do Povo era a FRELIMO acusar a RENAMO de ser composto por assassinos e a RENAMO a dizer que na FRELIMO só haviam corruptos. Fazes-me lembrar os duelos Mabote vs Pondeca.

Meu caro,
Sempre pensei que a nova vaga de académicos moçambicanos seria ideologica/cientificamente moderada...pelos vistos estava enganado...continuamos nas analises inflamadas de ódios.
Sinceramente fiquei muito satisfeito com a abordagem do JJM porque nos introduz a uma primeira analise cientifica sobre o aumento da criminalidade.

Aconselho-te a reler a postagem do JJM e depois explicar-nos onde se enquadra o teu discurso inflamado sobre o massacre de Montepuez... provavelmente não sou o único que não concorda com a tua especulação relativamente ao caso Montepuez,

Juntos pela reconciliação nacional.

Orgulhosamente Moçambicano,
Nuno Amorim

Anónimo disse...

Relativamente ao aumento da criminalidade, eu queria debruçar-me em torno do controlo social entendido como conjunto de processos pelos quais a sociedade ou grupos sociais que a compõem regulam as actividades dos seus membros em função de um certo numero de valores. O controlo social pode ser formal ou informal.
Por controlo social formal entenda-se o processo pelo qual grupos sociais particulares ou as instancias oficiais de controlo da sociedade global (MINT, PGR, TS, Igreja, etc) regulam as actividades desviantes pela aplicação de sanções de natureza diferentes: sanções morais (reprovação, censura), sanções religiosas (penitencia, excomunhão), sanções penais (multa, prisão), etc.
Controlo social informal, normalmente é exercido por pais, colegas, amigos, vizinhos, é feita de maneira continua através de interacções quotidianas. E através dele que se efectua a interiorização das normas e dos valores de um grupo particular ou da sociedade global. A regulação do comportamento assume uma forma difusa, como um sorriso para encorajar um comportamento desejado ou um silencio para desencorajar possíveis desvios a norma.

Caro académicos,
Para mim estas duas formas de controlo social estão a falhar e todos somos responsáveis. Ninguém critica ou põe em causa o alcoolismo exagerado que temos assistido no calçadão ou noutros locais públicos.
Temos assistido impávidos a ostentação de riqueza por parte de pessoas que não trabalham (carros de luxo, telemóveis do ultimo grito), temos que fazer algo para mostrar-lhes que duvidamos da origem da sua riqueza...criminosos não vieram do Júpiter, são nossos colegas, primos, amigos ou vizinhos...Pagam-nos bebidas.
Se estes grupos sociais aplicarem correctamente as sanções sociais, acredito que contribuirão para reactivar a regra mostrando que certos desvios não são tolerados.
Se pelo contrario, afrouxar-mos no controlo social, como a falta de controlo dos filhos por parte dos pais e o laxismo moral, contribuiremos para o desenvolvimento de comportamentos desviantes e, para alem delas, da criminalidade. O atropelamento do casal Comiche e vários outros acidentes que temos assistido um pouco por todo Moçambique é resultado do consumo excessivo do álcool e falta de controlo dos pais em relação aos filhos. Como é que um filho fica a beber ate as 5 da manha?

Caro Reflectindo,
Peço que faças uma reflexão em torno desta abordagem e esqueça as especulações.

Minha singela contribuicao...Só sei que nada sei.

Orgulhosamente Moçambicano,
Nuno Amorim

Reflectindo disse...

Caro Nuno Amorim

Será que leste bem o meu post? E se não leste bem, porquê interpelá-lo? Acho que é sempre bom interpelarmos aquilo que lemos, perfeitamente. Se não entendermos, que recorramos a perguntas. Impor regras de escrita para os outros como que a própria interpelacão é obrigatória é que nada vale.

Tenho discutido aqui com pessoas de diferentes pontos de vista, ideologia e politicamente assumidas e não tenho tido problemas nenhuns.

Quanto à questão de criminalidade muitos até sabem qual o meu ponto de vista. E comentando sobre a contribuicão do JJM elegiei-o e falei de outros actores que julgo importantes. Vê se o que disseste não mencionei no post que menosprezaste. Não falei lá da responsabilidade da sociedade, educacão, religião, histórica, nossa como indivíduos? Claro que qualquer leitor que passou olhos pelo texto viu tudo isto.

Porém, para além da teoria que me parece que é o que insistes que devia ser a base de discussão, discutimos de questões práticas e casos concretos. Deves ter aprendido que cada caso é particular. Neste caso discutimos sobre a criminalidade em Mocambique, deste Mocambique que conhecemos. Ora se nós vamos ligar o factor histórico, podemos ver desde quando é que vemos mansões e bens de luxo ostentados sem terem alguma relacão com o salário? Pessoalmente, lembro-me desde quando isto comecou a se verificar e de ser modo se estimular. Assistimos impávidos, mas também, sei que outros teóricos não gostam de quem se interroga e chamam-no de especulador.

Não compreendo o que não queres, mas se reflectires sobre o que temos discutido sobre o crime a partir de crime eleitoral, podes entender em que acho que a falta de ética e moral é altamente responsável é dos grandes crimes... Mas isto é complicado para ti, pois ainda não reflectiste sobre o que recebem em recompensa os que se envolvem nisso.

Mas vamos ao caso Pacheco, porquê há propostas de Lidimo e não da continuidade de Pacheco? Ora, só para dizeres que nao especulas, nunca reflectes sobre o mérito das pessoas quando são nomeadas para um cargo? REPITO, e isso não é especulacão, pois ele como governador da província de Cabo Delgado quando o massacre se deu numa cela policial o seu nome está ligado com algumas chefias do sector. Ele não se demitiu em protesto. Tivesse ele punho para com a polícia já teria agido, para evitar-se aqui. Pacheco podia ao menos ser colocado num outro ministério. Mas isto também é complicado para ti que queres ver tudo varrido para debaixo do tapete.

Quando falo de Felício Zacarias, com quem não tenho relacão alguma, é que como governador de Sofala, ele mostrou o que exigia do funcionário público, incluindo os polícias. E todo o lado falava-se das qualidades de Zacas. Eu acredito que no combate de todos os males que enfrentamos agora passa por colocarem-se os quadros exemplares que o país tem em lugares chaves da sociedade mocambicana.

Por último proponho-te a leitura do Paper: Criminalidade global e inseguranca local - o Caso de Mocambique por Paulino Raul Augusto. O link está entre os actuais posts do Diário de um sociólogo.