22 junho 2006

Os dízimos da Igreja Universal do Reino de Deus

"Cidade de Tete
7:15 horas
Novembro de 2001

O pastor disse que aquele que trouxe a sua oferta devia levantar a mão e dizer: Senhor Meu Deus consagra esta oferta para obra de Deus. E você que não trouxe levanta a mão, fecha os olhos e diga: Senhor Meu Deus ajuda essa pessoa para que o dízimo passe nas mãos dele. Aquele que não tem ainda o envelope do dízimo venha aqui à frente pegar o envelope, se quer apostar com Deus para fazer milagre, diga que quer apostar com:
2.500.000, 00 Mts
1.500.000, 00 “
1.000.000, 00 “
500.000,00 “
250.000, 00 “
E no fim da missa o pastor disse: Senhor Meu Deus, abençoa este povo, que saia daqui com a sua bênção.”
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Registo feito pela minha investigadora Petricia Lalmamad no seu diário de campo, após assistir, na cidade de Tete, a um culto no templo da Igreja Universal do Reino de Deus.

5 comentários:

Mangue disse...

Pequenas igrejas, grandes negócios: a simonia legalizada!

Acredito, porém, que a explicação para esse facto não seja apenas religioso. É mais amplo do que isso.

Anónimo disse...

Se vocês soubessem no seu íntimo o que é realmente ser cristão, tenho certeza que falariam tantas barbaridades.Antes de falarem vão primeiro conhecer e tentar ter um conhecimento maior, e muito fácil irem e deduzirem o que quiser. Deus os perdoem por não saberem o que falam e entendem em seus corações.Fico triste por falta de de conhecimento. A Bíblia fala "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

Anónimo disse...

"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" do grande engano que vivem.Deus os perdoem por não conhecerem esta verdade pois vivem no engano.

Abraços Professor Carlos Serra.

Anónimo disse...

De facto importa aqui saber "o que é realmente ser cristão”. Estou inteiramente de acordo. O que é ser cristão? Cristão é acreditar e ser seguidor de Jesus Cristo, dos seus ideais e da sua conduta. Agora quem era Jesus Cristo? O que sabemos são relatos de relatos, escritos várias décadas após a sua morte, numa época em que o que dominava era a tradição oral. São escritos envolvidos numa emoção, compreensível tendo em conta as circunstâncias que envolveram a sua morte. Com todo o respeito, trata-se de um discurso mítico, sobre alguém cujos ideais foram revolucionários para o seu tempo, sobre alguém que morreu de forma trágica, pois incomodava a muita gente. Concordo inteiramente com o comentário: Importa saber “o que é ser cristão”, no seu íntimo e claro, fora dele (Aliás, bastaria colocar apenas da forma “Importa saber”). Por esse motivo considero que uma boa cultura Bíblica é importante para compreender os problemas do Mundo actual. Acrescento naturalmente à tradição Judaico-Cristã a muçulmana, a Hindu e todas as restantes crenças espirituais deste Mundo. É essa a função do sociólogo (das religiões). Pois deixo então as seguintes questões: O que diria Jesus Cristo, que se opunha ao aproveitamento comercial da fé dos homens, que expulsou os vendilhões do templo, da exigência dos poucos recursos económicos que restam aos moçambicanos, por parte dos supostos representantes de Deus na Terra? Que sacrifícios fazem estes moçambicanos para poderem pagar este dízimo? Que privações (ao nível da educação, da alimentação ou até da saúde) são feitas para que haja uma contribuição para a Igreja? Que destino dá a IURD a este dinheiro? Onde é ele aplicado? Na solidariedade? Na caridade? Na distribuição? Estaria a Igreja a compensar a precariedade de um Estado Providência? Ou o dinheiro é gasto para proveito dos supostos representantes de Deus na Terra? Esse dinheiro é declarado ao Estado? A IURD presta contas às finanças? Sabe-se exactamente qual é o poderio económico (e político) da IURD em Moçambique? O que pensa o Estado? O Estado receia o poder político da IURD? A admitir a existência da tese da IURD-providência, que fundamentos estarão por detrás dessa distribuição? Até que ponto há uma exploração da ignorância e das misérias das pessoas para perpetuar uma relação de dominação (por via da esmola e da manutenção da dependência)? Até que ponto se aposta na emancipação (por via da educação-formação, da qualificação profissional, do ensinar)? Até que ponto se dá o peixe? Até que ponto se ensina a pescar? Estão aqui algumas questões que gostaria de ver, num futuro próximo, respondidas. Porque estou de acordo: importa saber o que significa “realmente ser cristão” para a IURD, no íntimo e fora dele. Não é só uma questão de Deus. É também uma questão dos representantes de Deus na Terra. Não é só uma questão de fé, é também uma questão de poder e de dominação.

Anónimo disse...

Bem, isto é uma fabrica de fazer dinheiro. Tenho o hábito de chamar de MULTINACIONAL DA FÉ.