23 junho 2006

Estamos convencidos

De acordo com o “TribunaFax” (edição de ontem), a antiga ministra da Educação, Graça Machel, criticou o facto de o Ministério da Educação e Cultura (MEC) ter criado um novo currículo para o ensino primário sem debate público prévio.
O jornalista Nelson Nhatave ouviu a propósito Anísio Matangala, porta-voz do MEC, que terá declarado o seguinte (colocámos prepositadamente a negro algumas afirmações):

“Temos acompanhado pronunciamentos das pessoas segundo os quais as crianças chegam à sétima classe sem saber ler nem escrever. O Ministério da Educação e Cultura não partilha deste pensamento, muito menos de levar a questão ao debate público. Estamos convencidos de que muitas crianças estão a aprender com base neste currículo. As pessoas são livres de exprimir a sua opinião. Ademais, não sabemos se esta é uma constatação científica”.

1 comentário:

Mangue disse...

Notícia recebida por email (não foi indicada a fonte) e que, de algum modo, mostra uma situação contraditória.

Veja-se, por exemplo, a seguinte passagem: "Segundo o Ministério, o rendimento escolar nacional no ensino básico, da 8¦ à 12¦ classe, tem estado a aumentar desde 2003, resultante da introdução do novo currículo em 2004, mas ainda se verificam muitas reprovações, sobretudo, na última classe".

[A CLASSE DE EXAME, DIGA-SE DE PASSAGEM].

Segue a notícia.

Moçambique: Qualidade do ensino é baixa, reconhece ministro da Educação


O ministro da Educação e Cultura de Moçambique reconheceu hoje que a qualidade do ensino no país é baixa e o aproveitamento escolar fraco, numa reunião destinada a analisar a situação no ensino e perspectivar o próximo ano lectivo.


"Reconheço que a qualidade de ensino (de Moçambique) é baixa e este encontro é importante para aprofundar as causas, melhorar a planificação e métodos de ensino" no país, afirmou Aires Aly, na II Reunião Nacional de Planificação do sector, que hoje termina na capital moçambicana.

Dados do Ministério da Educação e Cultura (MEC) moçambicano indicam, no geral, que o aproveitamento escolar no país é "ligeiramente baixo no final de cada ciclo, em comparação com as classes iniciais dos respectivos ciclos".

Segundo o Ministério, o rendimento escolar nacional no ensino básico, da 8¦ à 12¦ classe, tem estado a aumentar desde 2003, resultante da introdução do novo currículo em 2004, mas ainda se verificam muitas reprovações, sobretudo, na última classe.

No tocante à Alfabetização e Educação de Adultos (AEA), os dados estatísticos do MEC indicam que os índices de desistência são maiores no ensino primário, comparativamente ao secundário, chegando a atingir, em alguns anos, cerca de 30 por cento.

Setenta e cinco por cento de estudantes matriculados entre 2003 e 2005 na 12¦ classe do curso nocturno não concluíram este nível do ensino.

As desistências no ensino secundário oscilam entre sete e oito por cento, anualmente.

Segudo o director da AEA, Ernesto Muianga, as desistências "devem-se à situação de seca e de calamidades que obrigam à movimentação das populações".

A incompatibilidade dos programas escolares e das actividades de subsistência é outro factor que concorre para a desistência em massa na Alfabetização e Educação de Adultos, disse.

"Quando chega o tempo da sementeira ou da colheita, os adultos preferem ir à machamba (horta)", afirmou Muianga.