21 outubro 2014

Quintas eleições gerais de Moçambique (11)

Décimo primeiro número da série. Num trabalho divulgado no jornal português "Expresso" de 18 do corrente mês (1.º caderno, p. 36), com o título "Frelimo vence contestada e MDM afirma-se na oposição", o jornalista moçambicano Lázaro Mabunda escreveu o seguinte, contra a corrente do que se escreve e se diz dentro e fora do país: "Os prognósticos indicam que o MDM poderá triplicar o número de deputados na Assembleia da República, alcançando perto de 30 lugares contra os atuais oito. A confirmarem-se as previsões, o MDM será, nesse sentido, um vencedor destas eleições. Em cinco anos de existência, esta força política, além de estar a cimentar a sua posição no parlamento, já governa em quatro municípios, nomeadamente Beira, Quelimane, Gúruè e Nampula."
Adenda: o mais importante em pesquisa consiste em colocar questões decisivas que a orientem. O jornalista Mabunda colocou uma de forma assertiva. Talvez se possa colocar estoutra, de forma interrogativa: como se explica o recrescimento de Dhlakama e da Renamo?
Adenda 2: tal como sucedeu na cidade de Quelimane, Afonso Dhlakama e a Renamo ganharam as eleições na cidade de Nampula. Confira aqui.
Adenda 3 às 14:55: No Boletim sobre o Processo Político em Moçambique (67), com data de hoje e editado por Joseph Hanlon :"A saúde e a assiduidade do povo de Massangena, Gaza, é notável. 97% dos eleitores registados foram às urnas na quarta-feira, e desses 98% votaram a favor do candidato da Frelimo, Filipe Nyusi. Sugerimos que isto tem menos a ver com lealdade, e mais com enchimento de urnas. [Distrito de Chicualacuala, em Gaza, revelou uma boa saúde similar, com uma participação de 89%. Mas as [pessoas] foram menos fiéis; apenas 96% votaram em Nyusi." [tradução minha da versão em inglês do boletim, CS)
Adenda 4 às 15:38: "Violações aos direitos dos jornalistas mancharam, em parte, a cobertura jornalística das eleições presidenciais cuja campanha eleitoral decorreu de 31 de Agosto a 12 de Outubro. À Comissão de Resposta Rápida (CRR) chegaram diversos casos sobre ameaças, agressões e confiscação de material de trabalho de jornalistas durante eleições presidenciais, cuja natureza consubstancia um atentado à liberdade de imprensa e consolidação do estado democrático em Moçambique. As situações mais relevantes relacionam-se à ameaças e agressão a um jornalista do @verdade em Nampula, Leonardo Gasolina, no primeiro dia da campanha, a John Chekwa, da Rádio Comunitária de Catandica, em Manica, e confiscação de material de trabalho de Jordane Nhane, correspondente do Magazine Independente em Sofala, no dia da votação (15 de Novembro). A CRR condena estes actos e apela às autoridades para aplicação da Lei de Imprensa." Aqui.
Adenda 5 às 16:02: segundo o jornalista António Zefanias do "Diário da Zambézia", a Renamo remeteu uma queixa ao Tribunal da Cidade de Quelimane reportando a falta de 35 editais.
Adenda 6 às 18:51: ainda não saíram os resultados oficiais, mas a Renamo já festejou em Gondola e quis fazer o mesmo em Chimoio, na província de Manica, onde Dhlakama terá ganho nas presidenciais. Aqui.
Adenda 7 às 20:34: "A  Missão de Observação Eleitoral da União Europeia "manifesta a sua preocupação com os atrasos na apresentação dos resultados aos níveis distrital e provincial em algumas províncias, e considera que esses percalços no processo de tabulação, somados à ausência de explicações públicas oficiais sobre essas dificuldades, mancham o que aquele que foi um começo ordenado no dia da eleição", disse a missão em comunicado divulgado esta noite (terça-feira)" - Boletim sobre o Processo Político em Moçambique (68), com data de hoje e editado por Joseph Hanlom (tradução minha da versão inglesa do boletim, CS).

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