Segundo número da série. Escrevi no número anterior que a descrição e a análise idealistas situam as pessoas dentro delas-mesmo e outorgam-lhes a capacidade demiúrgica de reger e alterar o mundo a seu bel-prazer. Ora, se estudarmos um pouco o tipo de descrições e de análises que surgem na imprensa escrita, nas rádios, nas televisões e nas redes sociais digitais, verificaremos facilmente que Nyusi da Frelimo, Dhlakama da Renamo e Simango do MDM são, regra geral, havidos como superhomens capazes de mudar magicamente o curso da história do país, independentemente da época histórica, dos modos de produção e de distribuição, dos feixes relacionais e das pressões dos grupos políticos e empresariais. Mesmo nos seus discursos de comício a psicologização abunda.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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