16 novembro 2013

Cenários pós-Santungira (26)

Vigésimo sexto número da série. Última postagem dos cinco pontos do sumário proposto no número inaugural, com a indicação expressa de que em todos eles apenas tive em conta pequenas hipóteses que, absolutamente, precisam ser testadas. 5. O cenário político de paz pós-Santungira. No livro “A paz”, Aristófanes conta que o camponês Trigeu, saturado da guerra dos políticos de Atenas e Esparta, foi ao céu falar com Zeus. Este não estava, mas atendeu-o Hermes, que o ajudou a tirar a paz do fundo de uma caverna onde tinha sido metida pelos inimigos. A paz voltou à terra, a agricultura refloresceu, as pessoas regressaram à alegria, menos os fabricantes de armas, que ficaram desesperados. Não era apenas uma guerra entre Atenas e Esparta, mas, como assinalou um prefaciador da obra, "a guerra de todos os homens contra todos os homens, (...) o divórcio entre os interesses dos governos e os interesses dos povos, (...) a educação belicosa dada às crianças".
A hipótese é a de que precisamos de alguns Trigeus que reinventem politicamente o futuro do nosso país caminhando e fazendo caminhar pelos trilhos da soma não-zero. E que evitem a “guerrilha líquida” de média e alta intensidades.
Talvez, então, seja possível desarmar as “mentes armadas” (expressão do Bispo Dinis Sengulane) depois que forem desarmadas as condições sociais que as armam.
Este um cenário difícil, mas não impossível – dizem os bons espíritos da esperança - de concretizar.
(fim)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Meu Caro Prof acho que que não haver mesmo esses "trigeus", as coisas vão continuar "armadas". Quer apostar? Imagine por exemplo que nos resultados das eleições a Frelimo aparece a ganhar tudo. Poder é sempre violência.