Vamos lá a mais um pouco desta série, tendo em conta o sumário criado no número anterior.
1. A concepção da história verdadeira. Tenho por hipótese que o comum de nós defende que a história só tem sentido se for verdadeira. Claro que isto parece apórico. Todavia, sempre defendemos que a história deve fazer sentido, mesmo que a verdade seja, afinal, apenas, a utilidade social conveniente que emprestamos a comportamentos e eventos. E isto é tão mais verdadeiro quanto estão em causa duas coisas a meu ver fundamentais: 1) A gestão das preeminências históricas e 2) a gestão de heróis. Tenho por hipótese que 1) detestamos ver a história partilhada por vários gestores disputando os actos fundadores e 2), por consequência, detestamos que as heroicidades, havidas por definitivas, sejam atraiçoadas. Tínhamos por verdadeiro que Chipande disparou o primeiro tiro da libertação nacional e, agora, vejam lá, há quem defenda a colegialidade desse primeiro tiro no interior mesmo - que desplante! - do grupo gestor das preeminências e dos textos absolutos. Ficamos horrorizados, clamamos traição, não reparamos que passámos de um tempo de verdade única para um tempo de verdades múltiplas, continuamos agarrados aos espíritos do passado e à concepção sagrada da história unívoca, tema do próximo número.
1. A concepção da história verdadeira. Tenho por hipótese que o comum de nós defende que a história só tem sentido se for verdadeira. Claro que isto parece apórico. Todavia, sempre defendemos que a história deve fazer sentido, mesmo que a verdade seja, afinal, apenas, a utilidade social conveniente que emprestamos a comportamentos e eventos. E isto é tão mais verdadeiro quanto estão em causa duas coisas a meu ver fundamentais: 1) A gestão das preeminências históricas e 2) a gestão de heróis. Tenho por hipótese que 1) detestamos ver a história partilhada por vários gestores disputando os actos fundadores e 2), por consequência, detestamos que as heroicidades, havidas por definitivas, sejam atraiçoadas. Tínhamos por verdadeiro que Chipande disparou o primeiro tiro da libertação nacional e, agora, vejam lá, há quem defenda a colegialidade desse primeiro tiro no interior mesmo - que desplante! - do grupo gestor das preeminências e dos textos absolutos. Ficamos horrorizados, clamamos traição, não reparamos que passámos de um tempo de verdade única para um tempo de verdades múltiplas, continuamos agarrados aos espíritos do passado e à concepção sagrada da história unívoca, tema do próximo número.
(continua)
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