Durante algumas semanas apresentei aqui uma série abordando as consequências para as comunidades de fenómenos como os leões mágicos de Muidumbe, o chupa-sangue, a chuva amarrada no céu e a cólera social.
Os quatro fenómenos são naturalmente diferentes, com morfologias diferentes.
Todavia, são alimentados por fios condutores comuns, por exemplo pela interrogação, pela comoção e pela desorientação decorrentes da fragilidade social e, em última instância, da morte. Fragilidade e morte sistemáticas são fenómenos de desordem, de sujidade social, fenómenos de poluição, fenómenos tantas vezes estudados pelos antropólogos entre os povos ditos "primitivos" (recorde-se, por exemplo, Mary Douglas). Fenómenos que levam as comunidades à busca de culpados e de terapias, em processos tantas vezes trágicos.
(continua)
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