03 julho 2008

Jorge Rebelo na primeira pessoa

Na grande manchete da edição do semanário “Savana” de amanhã, uma entrevista com Jorge Rebelo conduzida por Ericíno Salema e Paola Rolletta, que pode já ler neste diário: "Diferente dos que o negam, como que a tentarem parar o vento com as mãos, Jorge Rebelo, um dos fundadores da Frelimo, onde foi o temido secretário do trabalho ideológico, diz em entrevista ao SAVANA, que “há grupos dentro da Frelimo”, embora não sejam formais ou oficiais. Numa conversa amena e com temas difíceis e complicados, não escondeu a sua “simpatia por Mugabe”, embora lhe aponte “alguns erros”. Rebelo, fala dos cartoons de Maomé, dos seus tempos de chefe da censura e descreve o presidente Armando Guebuza, como um azarado. Longe das inabaláveis certezas que parecia possuir à data da independência, Rebelo coloca dúvidas e muitos pontos de interrogação nas encruzilhadas com que o país e o seu partido se debatem. Visto por muitos como uma das últimas reservas morais do movimento de libertação, numa das suas raras entrevistas, siga em discurso directo, o essencial das falas desta velha raposa pouco dada às luzes da ribalta. Incontornável, Rebelo continua admirador de Samora."

11 comentários:

umBhalane disse...

“há grupos dentro da Frelimo”

GRANDE NOVIDADE!

Qual o partido político do mundo que não tem os seus grupinhos, as suas facções, as suas correntes, as suas tedências?

Qual?

O que é absolutamente normalíssimo, natural.

O contrário, sim, constitui uma aberração.

Atrever-me-ia a afirmar que num grupo de 3 pessoas, há grandes probalidades de haver, pelo menos 2grupos, senão 3.

E a Felimo, na sua essência é uma frente.

Ou estarei enganado?

Estou a falar do real, não da construção artificial.

Anónimo disse...

I just have had time to browse through the interview, my impression is that Rebelo does noot see or does not want to see a lot of things. That he still admires Samora is no wonder. Anyone who met Samora was deeply influenced by his charisma. What makes me doubt Rebelos sound judgement is his staunch defense of Mugabe.

Carlos Serra disse...

Preferências...Mas uma coisa admiro em Rebelo: a fidelidade a princípios, a honestidade.

umBhalane disse...

Caro Prof.

Também eu admiro a fidelidade a princípios, a honestidade, a coerência, a verticalidade.

E não é Bla, Bla.

Excert dum texto que escrevi, passe a publicidade no Moçambique para Todos:

"...
O Sr. Jorge Rebelo, tem de facto, outra dignidade, outra dimensão.

Para não perder muito tempo com análises sobre o carácter de ambos, direi apenas de forma muito simples:

Com o Sr Jorge Rebelo eu iria à caça!

Com o Sr. Sérgio Vieira, nunca na vida."

E, mais não disse, como escreve um Bloguista Moçambicano.

Um Atlântico abraço.

umBhalane

Anónimo disse...

O exemplo é fundamental. Samora, por exemplo, dizia: “um dirigente pode fazer mil discursos sobre o mal que significa roubar bens do Estado, mas se ele roubar, ninguém lhe vai dar crédito”. Grande Rebelo

Anónimo disse...

http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/195225

Jonathan McCharty disse...

"O problema é que os jovens ficam à espera de ordens. Eles têm que conquistar o seu espaço, como fizeram os “jovens do 25 de Setembro”."

Este dirigente e' um caso a parte no contexto actual da Frelimo! Nao custa ver que ele esta' decepcionado da sua malta e que percebeu que o "circuito" ja' nao sabe o que sao valores morais.

Anónimo disse...

Por muita simpatia que eu nutra por Jorge Rebelo, considero a defesa bem vincada e reiterada de Mugabe diametralmente oposta à sua verticalidade - ou pelo menos à imagem que eu dela fazia. Acho que é uma posição que justifica/justificaria/poderá vir a justificar qualquer acto feito por quem lutou também pela nossa independência, mesmo enormes atentados aos direitos humanos como os que se têm verificado no Zimbabwe.
Nós somos o que fomos e o que somos, não apenas o que fomos.Com Mugabe também é assim.
Não estará Mugabe agora a ser mais criminoso que o colonialismo?

Anónimo disse...

"Nós somos o que fomos e o que somos, não apenas o que fomos". Esta frase merece ser registada pois ela constitui o "crivo" (talvez o único) que os cidadãos podem utilizar sem estarem sujeitos a qualquer forma de pressão,para julgarem os seus governantes e candidatos.Crivo que nos permite decantar (o "fomos" e "somos") populistas de todo o tipo (caso Rebelo),potenciais ditadores,discursos manipuladores e o nova forma de acumulação elitista em África (depois do neo-colonialismo e do Estado-partido predator) mascarado de "messianismo" da luta contra a pobreza absoluta.Parabéns "anónimo"

Reflectindo disse...

Tenho que concordar com o Umbhalane que Jorge Rebelo é homem para tomar com ele café mesmo não comungando a mesma opinião. Ele é sério diferente de Sérgio Vieira que acabou de negar censura no seu tempo.

Por outro lado, há muito que ele disse que é de interesse nacional e não partidário. Para mim, algumas dessas coisas que ele disse podiam ser ponto de reflexão para qualquer partido mocambicano.

Anónimo disse...

Se a historia deste heroico e humide povo fosse contadada as claras como o faz o dignissimo Jorge Rebelo, nao teriamos duvidas de nada, tal como de quem foi o primeiro tiro... Rebelo deve ser acarinhado e protegido para que nos conte e deixe a verdade...