09 outubro 2010

O país que temos

Jornalista Jeremias Langa: devemos parar e "pensar o país que queremos e como o queremos". Aqui. E Lázaro Mabunda escreve sobre a relação pobreza/doadores. Aqui.

6 comentários:

Abdul Karim disse...

Vamos construir um pais melhor
Vamos construir uma nacao,
Vamos sonhar um ideal
Vamos viver esse ideal

Vamos construir um pais melhor
Vamos construir uma nacao
Vamos transformar o sonho
Vamos criar vida

Vamos construir um pais melhor
Vamos construir uma nacao
Vamos sonhar um ideal
Vamos viver esse ideal

Anónimo disse...

Me parece que a analise do Sr Lazaro é completamente distorcida. O que Africa precisa não do fim da ajuda externa. Muitos paises se desenvolveram contando com a ajuda externa, o proprio Lazaro coloca exemplos no seu artigo. E os paises de África nao serão a excepção. O que verdadeiramente Africa precisa é de politicos verdadeiramente comprometidos. Comprometidos com a causa do desenvolvimento dos seus paises. Ninguem mais que nós os Africanos, que somos os donos do nosso destino, será capaz de desenvolver os nossos territorios. Precisamos para isso de politicos comprometidos com as causas nacionais, e que promovam boas politicas, combatam a corrupção, promovam o ambiente interno para se produzir, valorizem o trabalho. O resto o povo, trabalhador vai fazer. E nesse caso a ajuda externa vai ser um elemento de grande apoio ao nosso desenvolvimento. Por isso acho que a solucao nao é parar a ajuda, mas sim encontrar-mos gente honesta e trabalhadora em quem possamos confiar para nos dirigir.

Lázaro Mabunda disse...

Distorcida? Talvez tenha a sua razão que eu não consiga ver.
Diz o anónimo que "Muitos paises se desenvolveram contando com a ajuda externa, o proprio Lazaro coloca exemplos no seu artigo". Digo o seguinte: naqueles casos os americanos não deram dinheiro para desenvolver aqueles países, foram com dinheiro para eles mesmos desenvolver aqueles país, o que já não acontece com África, em que eles mandam dinheiro para investir nos salários e não em infra-estruturas. É isso que eu levanto. Se a ideia é nos dar dinheiro para salário, prefero que não nos dêem, mas se a ideia de virem eles construirem ou exigirem responsabilidades aos corruptos, aí sim, que venham.
Diz ainda o meu caro anónimo que "Ninguem mais que nós os Africanos, que somos os donos do nosso destino, será capaz de desenvolver os nossos". Se somos os donos do nosso destino, porque sempre que há uma fome, por exemplo, num povoado com cerca de 100 habitantes corremos para o exterior para pedir ajuda? Por que não desenvolvemos com os nossos próprios recursos? Por que, com tantos recursos naturais - somos o continente com maior riqueza não explorado - não pedimos aos doadores que nos formem técnicos e nos dêem tecnologias de ponta para explorar os nossos recursos? Contrariamente, somos nós que corremos para lhes pedirem para extrair o nosso ouro, gás, petróleo, prata, diamante para depois nos venderem?
Há doações de carácter devolutivo com juros? O que é doação?

ricardo disse...

Voce esta 110% correcto caro Mabunda. Nao sao doacoes. Sao investimentos a prazo!

Mas tenho mas noticias para si. Sempre que eu tentei convencer os meus compatriotas da necessidade de "contarem com as sua proprias forcas", fui sabotado, mais por eles, do que pelos doadores.

O mesmo exemplo em relacao aos consultores. Na minha vida profissional desenhei varias solucoes tecnologicas para este pais. Foi tudo para a gaveta. Mas quando veio um CONSULTOR a receber 60.000,00 USD/mes defender o que eu ja havia dito antes, a colaboracao foi total. O dinheiro que nao havia, apareceu como por milagre, a vontade que nao havia, surgiu avassaladora, e por ai em diante.

Portanto, a doacao ja nao e um problema material para Mocambique. E uma dependencia mental!

Carlos Serra disse...

Uma imagem para vós: somos recolectores de coisas, não produtores. Uma péssima imagem, sei. Mas qual a vossa opinião?

Anónimo disse...

Vozes da Seca
Luíz Gonzaga
Composição: Luiz Gonzaga / Zé Dantas
Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos