De comício em comício pós-eleitoral, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, continua a afirmar que não haverá mais guerra no país. Ao mesmo tempo, continua a defender que se a Frelimo não escutar a Renamo, esta irá governar o país. Resta saber como o poderá fazer, sem o recurso à sua especialidade: a guerrilha. Pode acontecer (mera hipótese) que, desta vez, a elite pretoriana desse partido ponha efectivamente em funcionamento um governo alternativo (em anos anteriores tentou, sem êxito, o chamado governo sombra) que, pelo desgaste provocado por uma programada campanha de desobediência civil, obrigue o Estado a fazer concessões mais profundas e rápidas em termos de redistribuição de recursos de poder e prestígio.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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