A certas horas da noite (e, provavelmente, também a certas horas do dia), não importa em que ponto urbano do país, tudo pára. Chegou a hora da missa profana, do ritual ansiado, a hora da sagrada novela brasileira. Todos os dias, milhares de moçambicanos esquecem a sua vida real e novelizam-se, brasileirizam-se, tornam-se outros sendo eles e apesar deles. Afinal não há aqui, neste país, tantas coisas parecidas? Não há aqui, também, o húmus do que vemos, sentimos, odiamos, ansiamos nos écrans? E assim vai este Moçambique, de real em real, de novela em novela.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Inculturação ou fuga de uma mui dura realidade?
A coisa já vem da dedicada 70 com aquelas estúpidas fotonovelas com que algumas pessoas teatralizavam os seus próprios dramas.
O Poder da comunicação social e dos grandes grupos económicos que a dominam. Servem os interesses dos senhores do mundo. São os novos cães de guarda, no dizer de Serge Halimi
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