Quanto maior for o acesso dos Moçambicanos à internet menor será, progressivamente, a sua relação com jornais de papel. Estes poderão sobreviver intensificando o jornalismo dos títulos bombásticos, mas não por muito tempo. Quando 40 a 50% dos Moçambicanos tiverem acesso regular à internet - por computador, tablete ou celular clássico -, a imprensa escrita estará a morrer, mesmo com o acicate dos títulos sensacionais. Talvez lá para 2025/2030.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Eu aposto que isso sera antes mesmo de 2020... O crescimento da Internet eh exponencial, e nao tardara para que a morte da imprensa escrita tambem o seja.
A nível mundial, as opiniões diferem quanto á possibilidade da Internet vir a substituir a imprensa. Ver, por exemplo, Who says print is dead? (http://www.theguardian.com/media/2012/jun/03/who-says-print-is-dead)
Em Moçambique, e aqui refiro-me
à comunicação social não oficial, tudo depende da estratégia comercial que for adoptada. Não foi a Internet que inviabilizou os chamados jornais faxe, mas o erro cometido por todos eles em terem como alvo principal não a esmagadora maioria dos leitores, mas uma minoria que consegue pagar entre 20 a 50 dólares/mês (embaixadas, ONG estrangeiras, alguns ministérios, instituições bancárias, algumas empresas e um ou outro particular; em média 100 assinantes).
A sustentabilidade de jornais disponíveis na internet dependerá da estratégia de publicidade a seguir. Tal como o preço das assinaturas (a famigerada fórmula 20/50 USD/mês), as tarifas de publicidade revelam-se incomportáveis com a capacidade do mercado moçambicano, facto que ditou o encerramento dos poucos portais. Os que existem são parasitários – recolhem o que os outros publicam.
A imprensa independente tem de abandonar a fantasia de ser comercializada em moldes mais caros do que uma NEWSWEEK, um NEW YORK TIMES, LE MONDE, etc. A massificação das publicações faxe (o que implica o abandono deste modelo obsoleto) é a única via para saírem do buraco em que nasceram.
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