14 maio 2014

República e monarquia

Somos um país que, lentamente, aprende a gerir a democracia eleitoral. A regra é simples: quem quiser controlar o Estado deve ganhar as eleições realizadas em períodos determinados. Por outras palavras: o poder não é hereditário, é revogável e periodicamente posto à prova. Porém, no mais baixo escalão da administração estatal vigora o poder monárquico, designadamente nos regulados, a governação é aqui vitalícia, não passa pelas eleições populares. Eis, assim, o nosso país-Jano: em cima a república, em baixo a monarquia. Um fenómeno bem à medida de Heráclito.

1 comentário:

nachingweya disse...

A República pode ser apenas uma necessária roupagem das aspirações monárquicas do líder tantos são os sinais de culto à chefia.
No geral , e como Stuart Mill, encontro dificuldade genuína em associar o analfabetismo à Democracia. Escolher quando não se sabe ler, escrever e manipular as 4 operações elementares da aritmética, parece um exercício muito, muito subjectivo. Um absurdo.
O que torna as republicas nesse contexto pequenas monarquias informais onde a independência de poderes se torna mera retórica .