Somos um país que, lentamente, aprende a gerir a democracia eleitoral. A regra é simples: quem quiser controlar o Estado deve ganhar as eleições realizadas em períodos determinados. Por outras palavras: o poder não é hereditário, é revogável e periodicamente posto à prova. Porém, no mais baixo escalão da administração estatal vigora o poder monárquico, designadamente nos regulados, a governação é aqui vitalícia, não passa pelas eleições populares. Eis, assim, o nosso país-Jano: em cima a república, em baixo a monarquia. Um fenómeno bem à medida de Heráclito.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
A República pode ser apenas uma necessária roupagem das aspirações monárquicas do líder tantos são os sinais de culto à chefia.
No geral , e como Stuart Mill, encontro dificuldade genuína em associar o analfabetismo à Democracia. Escolher quando não se sabe ler, escrever e manipular as 4 operações elementares da aritmética, parece um exercício muito, muito subjectivo. Um absurdo.
O que torna as republicas nesse contexto pequenas monarquias informais onde a independência de poderes se torna mera retórica .
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