"A minha pasárgada é uma casinha encrustada em cima de uma serra, donde se avista um belíssimo horizonte." (Manuel Bandeira)
Décimo nono número da série, sempre trabalhando com hipóteses. Do sumário proposto aqui, permaneço no subponto 3.1. proposto aqui: 3.1. Renamo, elite decisória e base eleitoral: os problemas da escassez de recursos de poder. Deixei no número anterior a seguinte pergunta: está o partido capaz de assegurar uma distribuição de recursos de poder nos seus mais variados anseios e níveis? A resposta é esta: formalmente, a Renamo não está capaz de fazer isso, não gere o Estado, não participará nas autárquicas. Para já, a sua elite dirigente deverá fazer face à insatisfação dos membros que sonhavam com cargos nas presidências e nas assembleias municipais. Por outro lado, deverá também fazer face à incompreensão da sua base eleitoral, que certamente aguardava por dias melhores. O que resta fazer? Resgatar politicamente a história, dar-lhe o sentido irremediável de uma missão salvacionista. O que pretendo dizer com tão enigmáticas expressões? Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)
1 comentário:
Infelizmente a vida humana é finita e alguns homens morrem com a sua obra. Será o caso de Afonso Marceta Dhlakhama cujo eterno descanso coincidirá com a morte da Renamo por defeito de mecanismos de sucessão. O que quer dizer que os seus eleitores estarão orfãos de causa e livres também dos compromissos de Roma. Se prevalecer a atitude exclusora da Frelimo os condenados da terra abraçarão de novo uma causa libertadora e, sob, nova liderança, haverá determinantes sublevações e outras convulsões sociais.
Porque o homem não foi desenhado para ser oprimido por nenhum semelhante.
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