As estações televisivas do país dedicaram muito espaço nos seus noticiários das 20 horas às manifestações hoje realizadas nas cidades de Maputo, Beira e Quelimane. Milhares de pessoas dos mais variadas origens sociais e religiosas, homens e mulheres, idosos e crianças, tiveram uma só voz num impressionante movimento social: a da crítica a um Estado que sentem distante e insensível, a da exigência de um Estado cidadão e incorruptível que as proteja e as liberte do medo. O que hoje se passou de forma pacífica mas veemente e bem organizada, mostra quanto o Estado deve ser repensado no tocante à segurança pública e às promessas que faz e que - disseram muitas pessoas - não cumpre (fotos tiradas esta manhã na manifestação de Maputo por CSJ).
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
Alto texto e alta coleção de fotografias. Agora como escreveu um jornal as coisas não serão como antes, a sociedade civil tem uma voz forte.
Tomei a liberdade de reproduzir a sua postagem, referindo, obviamente, a sua origem.
A única entidade que condenou a iniciativa atraves dos orgãos de comunicação social foi a FRELIMO.
Chegou mesmo a exortar que o povo não aderisse porque os problemas nao se resolvem na rua.
Mas o povo deixou a FRELIMO para trás e saiu a rua para mostrar ao Estado o real estado da nação.
Aquartelando-se em salas de reunião onde pouco se progride nos assuntos que apoquentam o povo, a FRELIMO apequena-se e com ela o Governo que é seu. Viva o Povo.
PS: "Uma boa guerra é melhor que uma má paz" [Nietsche]
Enviar um comentário