A estrutura da "tribalidade" nasce na interacção social quando gerimos, protegemos ou almejamos monopolizar recursos de vida e poder fundamentais, quando praticamos a estrutura social dos semáforos: primeiro estão, passam ou ganham os nossos, depois os outros se algo restar ou permitirmos (aqui, a tribalidade não tem a ver com o sentido clássico de "tribo", mas com o sentido múltiplo de identidade grupal e política). A estrutura da tribalidade tem um princípio ideológico simples: o nosso grupo (família, linhagem, classe de idade, região, clube desportivo, unidade militar, sindicato, partido político, agrupamento de bairro, religião, agrupamento científico, clã ideológico) tem o direito histórico à preeminência, ao usufruto social e à verdade. É esse princípio que comanda a selecção identitária de pessoas, adeptos, apaniguados, crentes, militantes, funcionários e parentes. De alto a baixo do edifício oficial, o princípio do semáforo social organiza a selecção e a colocação “tribal”.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Essa é a "missa" de cada dia.
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