03 janeiro 2012

Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (36)

"Eu mesmo tenho frequentemente lembrado que, se existe uma verdade, é que a verdade é um lugar de lutas." (Pierre Bourdieu)
Mais um pouco da série, de tema complexo e delicado, trabalhando com o sumário proposto, rigorosamente apenas lançando ideias e hipóteses, procurando continuamente problematizar um tema que requer pesquisa aprofundada.
6. Factores marginalizados - mnemónica e alunos mata-borrão.  Falei-vos no número anterior da pedagogia da autonomia de Paulo Freire. Na verdade, o mais difícil na educação está, justamente, em criar essa pedagogia, em descolonizar os alunos (para recordar o título de um livro de Gérard Mendel) para os levar pelas estradas da consciência crítica, para os tornar livres dos aguilhões que os formataram e formatam.
Prossigo mais tarde. Crédito da imagem aqui.
(continua)
Adenda: "Os debates nos meios de comunicação sobre a qualidade da educação parecem sofrer da “síndrome do cobertor curto”: quando se puxa a reflexão para um lado, esquece-se outros lados do problema. Já dizia o velho Hegel que a verdade é o todo. Parece uma casa em reforma em que se acredita que o problema está apenas no encanamento: troca-se o encanamento, mas o chuveiro continua não funcionando direito. Então, coloca-se de novo o encanamento antigo e troca-se a fiação elétrica. De novo, o chuveiro não funciona. Volta-se a fiação antiga, e vai se consertar o telhado, etc. Depois, alguém dá o veredicto de que a casa não tem jeito, que resiste às mudanças..." - texto do brasileiro Celso Vasconcellos intitulado "O desafio da qualidade da educação", sugerido por Manuel Lobo, aqui.

4 comentários:

Salvador Langa disse...

Ensinar para muitos quer dizer eu ditar, os alunos escreverem e depois lerem em voz alta.

TaCuba disse...

Foi assim que "aprendi"...Imaginem agora com turmas cheias de alunos...

Salvador Langa disse...

Eu também.

ricardo disse...

Eu tambem. Felizmente, discutia frequentemente com os professores quando algo nao me soasse devidamente. Mas valeu a pena. Hoje sou um livre pensador. E um estudante profissional!...