03 março 2011

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local: 
* Genéricos: Dossier (5) (edição de 25/02/2011)
* Séries pessoais: A teoria dos grandes homens (3); Quatro precedentes (5); Dos megaprojectos às mega-ideias (5); Mal-estar na civilização (7); A cada um segundo as suas necessidades, a cada um segundo o seu Samora (12); O fim dos segredos, dos silêncios e das distâncias (7); O princípio da história (9); À mão a comida tem melhor gosto (8); Da cólera nosológica à cólera social (9); Notas sobre eleições (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (51); África enquanto produção cognitiva (22); Política enquanto produção de ideologia (6); Linchar à luz do dia: como analisar? (5) Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (9); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (12); Já nos descolonizámos? (13); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)

1 comentário:

ricardo disse...

Gostei de ler este texto serio do jovem humorista Portugues, Ricardo Araujo Pereira:


"...Este país não é para corruptos

Em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer


... Que Portugal é um país livre de corrupção sabe toda a gente que tenha lido a notícia da absolvição de Domingos Névoa. O tribunal deu como provado que o arguido tinha oferecido 200 mil euros para que um titular de cargo político lhe fizesse um favor, mas absolveu-o por considerar que o político não tinha os poderes necessários para responder ao pedido. Ou seja, foi oferecido um suborno, mas a um destinatário inadequado. E, para o tribunal, quem tenta corromper a pessoa errada não é corrupto - é só parvo. A sentença, infelizmente, não esclarece se o raciocínio é válido para outros crimes: se, por exemplo, quem tenta assassinar a pessoa errada não é assassino, mas apenas incompetente; ou se quem tenta assaltar o banco errado não é ladrão, mas sim distraído. Neste último caso a prática de irregularidades é extraordinariamente difícil, uma vez que mesmo quem assalta o banco certo só é ladrão se não for administrador.
O hipotético suborno de Domingos Névoa estava ferido de irregularidade, e por isso não podia aspirar a receber o nobre título de suborno. O que se passou foi, no fundo, umailegalidade ilegal. O que, surpreendentemente, é legal. Significa isto que, em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer. É preciso saber fazer as coisas bem feitas e seguir a tramitação apropriada. Não é acto que se pratique à balda, caso contrário o tribunal rejeita as pretensões do candidato. "Tenha paciência", dizem os juízes. "Tente outra vez. Isto não é corrupção que se apresente..."

Como e evidente, toda a semelhanca com a realidade tera sido mera coincidencia.