27 março 2011

Luís Mondlane no "domingo" (7)

Termino esta série, pela ordem de entrada das peças referidas no número inaugural.
Subordinada ao título "Não peguei dinheiro nenhum", o semanário "domingo" exibe na sua edição de 20/03/2011 uma extensa entrevista tida como gravada e feita a Luís Mondlane no dia 12 deste mês, da autoria de Jaime Cumbana, ocupando as páginas 20 e 21, com três fotos e um anexo na página 22 concernente à casa 3010 na Avenida Julius Nyerere, aquela que se disse que Mondlane desejava, mas pagando com fundos do Estado.
Sobre a nomeação da secretária-geral Ana Juliana, o entrevistado afirmou que não gostaria de se pronunciar dado que o processo estava em curso no Tribunal Administrativo. E sobre a sugestão de vários sectores, incluindo os da Justiça, de que deveria renunciar ou afastar-se temporariamente das funções? - perguntou o jornalista Cumbama. Não gostaria de comentar, respondeu o entrevistado. E sobre os valores do tratamento dentário e sobre as viagens a Lisboa, estavam elas no rol das regalias? O tratamento dentário foi por recomendação do Hospital Central de Maputo - asseverou Mondlane. Sobre a viagem a Lisboa: "Se eu viajo e a minha esposa é convidada a participar nessa deslocação, o que é que se espera?" (sic) - resposta de Mondlane. Mas e os benefícios, incluindo as despesas de limpeza?  Essa limpeza foi feita após a conclusão das obras - redarguiu Luís Mondlane. E de onde vieram os dinheiros? "Por via dos serviços" (sic). Tinha conhecimento dos valores pagos? "Naturalmente" (sic). Foi ouvido pelo secretário-geral do Partido Frelimo? - perguntou Cumbana. Resposta de Mondlane: só ele pode responder. A terminar, sobre o imóvel 3010 situado no Bairro da Sommerschield (página 22 da edição), cujo contrato foi assinado por Mondlane em 2009 a título individual e que terá passado para a custódia do Ministério das Finanças em Setembro de 2010: entre Julho de 2009 e Setembro de 2010, com o contrato em nome de Mondlane, foram pagas rendas mensais de 271 mil meticais, sendo o valor global do imóvel de 24 milhões e 300 mil meticais a serem pagos em 180 meses. Uma quebra no pagamento das prestações levou o Ministério das Finanças ao seu pagamento a partir de Dezembro de 2010, agora com uma nova prestação de 366 mil meticais. Finalmente, em Março deste ano, segundo sempre o semanário "domingo", "as Finanças receberam uma orientação da Comissão de Inquérito do Conselho Constitucional para parar com a tramitação do assunto" (sic).
(fim)
Adenda: sugiro leia o que o jornalista Jeremias Langa escreveu sobre a entrevista de Luís Mondlane, aqui.

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