09 fevereiro 2010

Televisão e poder simbólico (1)

Vamos lá iniciar esta série.
Construtor de condutas, o poder simbólico faz a economia do poder físico. A televisão é um campo privilegiado desse poder. Em que sentido? Enquanto campo saturado de densidade política, mesmo quando os seus universos de comunicação são sóbrios e surgem como neutros ou como mero produto empresarial. As diferenças programáticas entre, por exemplo, uma TVM e uma STV, não escondem a sua identidade comum enquanto construtoras de condutas politicamente acomodantes.
(continua)

9 comentários:

ricardo disse...

Elementar, caro Professor. Elementar.

Fala sempre a voz do (mesmo) dono.

E patrão é patrão!

Carlos Serra disse...

Sim, elementar. Mas nem todos apreciam as coisas elementares.

Abdul Karim disse...

Acredito que deve haver espaco...
para alternativa, dos nao acomodados...

ricardo disse...

Lamento decepciona-los.

Em Mocambique, "alternativa" so por cabo ou por satelite. E ainda assim, muito lixo cultural e ate noticioso, carecendo de potentes filtros.

Porque, como diria Raul Gil, apresentador brasileiro, em Televisao nada se inventa. Apenas se transforma o que HA em algo novo.

A alternativa a isto e desligar o aparelho e ler um bom livro.

Abdul Karim disse...

Entao os nao acomodados estao mal...

Tem que se acomodar... agora problema fica complicado...

...depois...acomodar como...? sentar...so sentar...assistir...? sem querer...?

Elisio Leonardo disse...

Concordo com o Ricardo, nós não temos quase nenhuma alternativa aqui.... Só por cabo ou por Satélite...

O Problema, quantos de nós podemos ter este previlégio!! Lembro-me que tinha de ir para casa de amigos, se quisesse ver alguma programação interessante na TV.

Agora... Só Internet mesmo....

Engraçado: Agora mesmo que escrevo este comentário, estou no cell com alguém que está a ver novela brasileira na STV, no outro lado da linha!!! E eu, a ver meu canal preferido do Youtube: http://www.youtube.com/user/direstraits25

Abdul Karim disse...

Elisio,...nao queres chekkar isso... quais sao alternativas pra uma plataforma de comunicacao... ideias... assim ... mocambicano...integrado....jovem...estudantil... educativo...fashion...

Elisio Leonardo disse...

Vou procurar um exemplo prático de um programa assim, e vou citar no próximo número da série!

ESM disse...

Sou da opinião que o problema das televisões está no modelo economico. A forma como eles fazem dinheiro. No mundo inteiro, o dinheiro das televisões provem maioritariamente das publicidades, por isso há uma constante luta pelas audiencias para se poder exigir valores mais altos por 30s de publicidade. Em Moçambique é impossível saber em cada meia hora quantas pessoas estão a ver um determinado programa ou canal, o que dificulta poder-se se exigir muito dinheiro pela publicidade. Fora o facto de serem poucos que fazem marketing na televisão, reduzindo-se as grandes empresas publicas ou privadas.

Enquanto as TVs dependerem das votacoes por sms, das mensagens de rodapé, jamais teremos uma programação de qualidade, porque será tudo feito com o intuito de se fazer as pessoas votarem.

Até hoje por exemplo, não entendo porquê as estações de TV não possuem linhas verdes para onde os telespectadores que queiram participar nos debates ao vivo, possam ligar e dialogar. Resultado: acaba ligando gente burra que pouco de valor tem para contribuir.

A STV a dois, tres anos atrás, estava num bom caminho, mas desde que atingiu a liderança estagnou, todos anos é um repeat da programação, só vai adicionando programas de debate onde as pessoas falam e falam e falam, e gasta dinheiro nas iniciativas de "responsabilidade social". Eu sou da opinião que fazer-se boa televisão já é em si responsabilidade social.