23 fevereiro 2010

Racializar o social (1)

Nos vasos capilares da vida circulam muitas maneiras de conceber, de fazer e de refazer o complexo mundo do social.
Uma dessas maneiras, de consequências dramáticas, é a da racialização do social.
São inúmeros os racializadores do social, não poucas vezes aqueles que, veementes, costumam dizer que não o são.
A racialização do social tem a complexidade de uma tira de Môbius: o caminho não tem fim. Quero dizer: o caminho da análise e o caminho da solução.
Esta é uma série breve destinada a despertar a reflexão. Ao fim e ao cabo, talvez venha a ser uma memória das muitas postagens que tenho escrito sobre racismo e etnicismo, temas delicados, temas sempre propícios a despertar emoções fortes.
(continua)

2 comentários:

ricardo disse...

Diria que o caminho da analise profunda exige poder de abstracao. Enquanto que ao caminho da analise superfical, bastam-lhe os cinco orgaos dos sentidos.

Neste particular, basta que apenas um deles nao seja apurado, para que o caminho da solucao se estreite ainda mais, impedindo-nos o regresso ao ponto de partida para dai se refazerem as argumentacoes.

O inquietante, para mim, como cientista (nao social) e perceber que hoje em dia, ha pouco esforco de abstracao daqueles de quem mais se exigiria. Os quadros do Social. Sera das academias? Sera da globalizacao? Sera da ideologia?

A vida nao e assim tao obvia, ao ponto de nos tornarmos especialistas num assunto so porque o Criador nos atribuiu um bom par de olhos. Saber ouvir, cheirar, provar e ate tactear o social, tambem sao formas de estimular outros orgaos dos sentidos e quica, despertar o nosso cerebro, para uma profunda e indispensavel introspeccao.

Mesmo porque na vida, quase sempre, as ilundencias aparudem!...

E como.

Carlos Serra disse...

Bem, prosseguirei neste tema delicado. Obrigado.