Podemos começar pela publicidade turística e, depois, percorrermos jornais e blogosfera. A imagem que se produz de África é invariavelmente a mesma: a de um continente-natureza, força selvagem em estado puro e ígneo, a África dos animais, do secreto, do fabuloso, do fantástico, do exótico. O continente é a coutada, o animal bravio, o mar, os habitantes do mar, a máscara, o folclore, a tribo, a história evacuada pelos estereótipos (foto reproduzida daqui).
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Excelente descrição! Infelizmente, somos nós mesmos que vendemos essa imagem de uma África, continente-natureza. E fazémo-la (vendémo-la) em discursos de angariação de turistas, onde procuramos no máximo "naturalizar" a África expondo a "nossa rica cultura, o nosso mosaico cultural, a nossa diversidade étnica, a biodiversidade, os ecossistemas, etc". Até parece um continente despido do social, onde tudo corre e ocorre naturalmente, um continente de relações "naturais" E. Beúla
Nem nos apercebemos do que naturalizamos.
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