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Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
30 abril 2009
Por que Moçambique é pobre? O discurso de Guebuza sobre a pobreza
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Projecto em Moçambique ganha prémio climático
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Linchamentos: segundo livro este ano
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Sob minha direcção, será este ano lançado o segundo volume dos linchamentos, com o título Linchamentos em Moçambique II (okhwiri que apela à purificação), produto de uma pesquisa realizada pela Unidade de Diagnóstico Social do Centro de Estudos Africanos, desta vez versando sobre linchamentos por acusação de feitiçaria. Na imagem, uma senhora a quem foi cortada uma mão por ter sido acusada de feiticeira, algures no nosso país.
Adenda: enquanto isso e a cargo da mesma unidade, decorre uma pesquisa com o tema Potenciais de xenofobia em Moçambique, que dará origem a um livro no próximo ano. O trabalho de campo começa no próximo mês.
Pesquisa: este diário classificado em 9. ° entre 150 websites tratando de pobreza
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Em resumo, a partir da descrição anterior, os cinco melhores sites (com classificação satisfatória), entre os 150 websites contemplados na pesquisa, são os seguintes:
. World Bank (http://web.worldbank.org)
. Center for Global Development (www.cgdev.org)
. Eldis Community (www.eldis.org)
. Taking it Global (http://issues.tigweb.org/poverty)
. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (www.ibge.gov.br)
Dos sites nacionais, é interessante constar dois aspectos dignos de destaque. Primeiro, o blog de oficinadesociologia.blogspot.com, de Carlos Serra surge classificado em 9º lugar, entre os 150 Websites relevantes para o debate sobre pobreza. Ou seja, de uma dúzia de 12 sites moçambicanos, o Blog de Carlos Serra aparece em primeiro lugar, seguido de dois outros blogs (Macua, em 10º lugar) e Ideias Crítica (de Elísio Macamo, em 25º lugar), todos individuais, apresentam-se com mais relevantes para o debate sobre pobreza que os sites de entidades colectivas. O Site do MPD (Ministério da Planificação e Desenvolvimento) obteve 8 valores, ficando à frente dos demais sites colectivos. Segue-se o site do IESE, com apenas um ano de existência, posiciona-se em 43º lugar, à frente do IMF (47º lugar), do Portal do Governo (51º lugar), do Cruzeiro do Sul (68º lugar), do site do PAP (Programme Aid Partnership, em 96º lugar) e do INE (Instituto Nacional de Estatística, em 136º lugar). Este último, o site do INE, apresenta-se com a pior classificação entre os sites nacionais incluídos nesta classificação; a posição do site do INE está abaixo dos sites da KULA, WLSA e do CIP."
. World Bank (http://web.worldbank.org)
. Center for Global Development (www.cgdev.org)
. Eldis Community (www.eldis.org)
. Taking it Global (http://issues.tigweb.org/poverty)
. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (www.ibge.gov.br)
Dos sites nacionais, é interessante constar dois aspectos dignos de destaque. Primeiro, o blog de oficinadesociologia.blogspot.com, de Carlos Serra surge classificado em 9º lugar, entre os 150 Websites relevantes para o debate sobre pobreza. Ou seja, de uma dúzia de 12 sites moçambicanos, o Blog de Carlos Serra aparece em primeiro lugar, seguido de dois outros blogs (Macua, em 10º lugar) e Ideias Crítica (de Elísio Macamo, em 25º lugar), todos individuais, apresentam-se com mais relevantes para o debate sobre pobreza que os sites de entidades colectivas. O Site do MPD (Ministério da Planificação e Desenvolvimento) obteve 8 valores, ficando à frente dos demais sites colectivos. Segue-se o site do IESE, com apenas um ano de existência, posiciona-se em 43º lugar, à frente do IMF (47º lugar), do Portal do Governo (51º lugar), do Cruzeiro do Sul (68º lugar), do site do PAP (Programme Aid Partnership, em 96º lugar) e do INE (Instituto Nacional de Estatística, em 136º lugar). Este último, o site do INE, apresenta-se com a pior classificação entre os sites nacionais incluídos nesta classificação; a posição do site do INE está abaixo dos sites da KULA, WLSA e do CIP."
Comentário: evidentemente que me orgulha muito saber do que acabei de saber.
Discurso político e pobreza em Moçambique: análise de três discursos presidenciais
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Confira na íntegra o trabalho do Professor Luís de Brito aqui.
IESE disponibiliza trabalhos
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120 trabalhadores despedidos
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De acordo com a Rádio Moçambique, 120 trabalhadores moçambicanos foram despedidos das obras de construção do futuro Estádio Nacional, no Zimpeto, acusados de agitação. Os restantes passaram por um processo de readmissão, depois da segunda greve, no espaço de três meses, ontem ocorrida e na qual a polícia feriu dois trabalhadores, um dos quais se encontra ainda sob cuidados intensivos no Hospital Central de Maputo (noticiário das 12:30). Foto reproduzida daqui.
Comentário: notícia triste, na véspera do Dia Internacional do Trabalhador. É vital que se faça um estudo em profundidade sobre a forma como os nossos trabalhadores têm sido tratados pelo patronato nas obras citadas.
Cunhadismo
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Com o título "Institucionalização do nepotismo nas organizações do país", o Sr. Félix Filipe escreveu para o "Notícias" uma carta na qual afirmou que é cada vez mais difícil obter emprego nas instituições públicas e privadas. Os jornais estão cheios de anúncios de vagas, mas isso é falso - assevera ele -, pois os empregos já estão assegurados para "cunhados, vizinhos, netos, afilhados entre outras espécies de parentesco que se pode encontrar por aí". Jovens recém-graduados vivem situações dramáticas, nepotismo e clientelismo estão por todo o lado. E termina assim o Sr. Filipe: É assim que pretendemos combater a pobreza absoluta no país? Será este Moçambique para todos do qual Sua Excelência o Presidente da República falou na abertura da reunião de quadros do partido Frelimo a 19 de Abril de 2009? Estamos a transformar as organizações e, consequentemente, o país, num clube de amigos e familiares. Pensem nisso, compatriotas." (p. 5, portal do jornal está por enquanto inoperacional). Imagem reproduzida daqui.
Frelimo também hicinca
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Zimbabwe: governo androcêntrico
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Presidente visita, coisas fazem-se
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O que é democracia? (2)
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Aí tendes a pergunta, não é?
Andamos à procura da democracia lá onde estão os outros, lá onde está você a partir de mim, lá onde estou eu a partir de você, lá onde estamos nós a partir dos outros, nós os outros, inventamos montes de termos e de explicações para a domesticar, à democracia, para a tornar clara, visível, controlada, presente e familiar a cada momento.
Cada um de nós acha, tem a certeza de que sabe o que é democracia desde que a questão seja procurar a ágora fora de nós.
E, todavia, a democracia não existe.
A democracia não existe em si, neste momento. Nem nunca existirá enquanto totalidade. Totalidade de quê? Não sei. A ideia de processo inacabado parece ser boa, não é? A ideia de luta, de aspiração, de busca.
Andamos à procura da democracia lá onde estão os outros, lá onde está você a partir de mim, lá onde estou eu a partir de você, lá onde estamos nós a partir dos outros, nós os outros, inventamos montes de termos e de explicações para a domesticar, à democracia, para a tornar clara, visível, controlada, presente e familiar a cada momento.
Cada um de nós acha, tem a certeza de que sabe o que é democracia desde que a questão seja procurar a ágora fora de nós.
E, todavia, a democracia não existe.
A democracia não existe em si, neste momento. Nem nunca existirá enquanto totalidade. Totalidade de quê? Não sei. A ideia de processo inacabado parece ser boa, não é? A ideia de luta, de aspiração, de busca.
Mas tentemos alguns caminhos. Comecemos por avaliar o nosso processo de crescimento, vamos colocar as coisas dentro do bom sendo espontâneo, vamos começar pelo eu, pela coisa pessoal, sem que eu saiba o que é "coisa pessoal".
Essa coisa pessoal onde, desde que nascemos, são instalados ditadores, interdições, castigos, medos.
Essa coisa pessoal onde, desde que nascemos, são instalados ditadores, interdições, castigos, medos.
(continua)
29 abril 2009
Muros para travar favelas
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Observação: recentemente, quando da minha estadia em Fortaleza, Brasil, impressionou-me saber que essa é a mais favelada cidade brasileira (mais de 700 favelas). Saber e ver. Porque vi um pouco de algumas favelas, à noite. Mas não são favelas como as do Rio, feitas de material perecível, são favelas de prédios degradados. Cada vez mais nos aproximamos de um futuro no qual uma parte significativa das cidades do mundo terá uma cabeça nobre literalmente vedada à plebe (condomínios, cercadura e vigilância electrónicas, polícia privada) e um corpo plebeu deixado ao deus-dará.
Ndeve, o lubrificador
Sobre Felizberto Ernesto Ndeve, que tem banca de cura-tudo mesmo em frente ao 33 andares da cidade de Maputo, que afirma ter sido formado pela mãe e que parece ser especialista na "lubrificação dos órgãos genitais. Do homem e da mulher": "Diz-se bastante intrigado com um fenómeno algo estranho entre nós: o elevado número de adolescentes que o procuram: uns para “desbaratar” DTS resistentes aos fármacos convencionais e outros para conseguir “fazer pelo menos uma vez por semana com a minha namorada” ... “Estes miúdos metem-me pena... com aquela idade, bem postos, com bonitos carros e no entanto ... na cama são uns farrapos... coitados”, assim falou-nos Felisberto Ndeve." Consulte ainda aqui e aqui.
Observação: hummmm...será que ele tem mesmo razão no concernente à virilidade camal da nossa juventude?
Madagáscar tem agora dois governos
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Pós-neoliberalismo
O livro com a capa em epígrafe foi concebido para despertar o debate no Fórum Social Mundial realizado em Belém em Janeiro deste ano, em edição da Dag Hammarskjöld Foundation, Uppsala, Suécia. Conceito-chave: pós-neoliberalismo. Clique com o lado esquerdo do rato sobre a imagem para a ampliar.
28 abril 2009
Limpeza presidencial
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Comentário: pena os presidentes não chegarem de surpresa e cedo - cerca das 7:00 da manhã - , começando logo as visitas tsunami de trabalho, com itinerários por si escolhidos.
Fumo, o escolhido pelos defuntos
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Azagaia
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O rochedo de Dhlakama (5)
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O rochedo de Dhlakama é, sem dúvida, pesado, sísifico.
Internamente, Dhlakama e seu núcleo dirigente (creio que cada vez mais castrense e pré-1992 face à purga de intelectuais e de quadros-link) tem de fazer face a uma constante demanda de retribuições. Sem dúvida que deve haver quem milite num partido como quem milita numa igreja: por dedicação isenta de cargos e de salários. Mas é mais provável que um partido seja bem mais um corredor de aspirações, tão mais fortes quanto os recursos de vida e poder são escassos, mas apetecidos: cargos e benesses em assembleias municipais, na assembleia da República. Ora, os anos vão passando e quer os guerrilheiros, quer os militantes pós-1992, aguardam os prémios da mata e da dedicação.
Externamente, Dhlakama e seu núcleo dirigente têm de enfrentar uma bateria crescente, quase diária, de mísseis ideológicos dos partidos inimigos (Frelimo e os pequenos partidos acomodados, por exemplo os da "oposição construtiva"), de jornalistas críticos, de clérigos, de intelectuais, etc. Qualquer coisa que venha de Dhlakama, não importa o quê agora, é imediatamente inscrita em três estantes: a estante do militarismo (guardas acantonados em Marínguè, por exemplo), a estante da incoerência (a acusação da fraude, por exemplo) e a estante da violência (os promessas de desobediência civil, por exemplo).
E assim temos um núcleo dirigente a viver a dureza do duplo constrangimento: por um lado, a tentativa de escapar em permanência ao roteiro histórico da guerrilha através da modernidade política do partido e da frequência regular dos corredores urbanos da afirmação e da disputa política (assembleia da República, mídia, viagens, seminários); por outro, a exposição contante e crescente à crítica, seja vinda do partido no poder, seja vinda da antiga oposição (hoje completamente acomodada). A virulência da crítica destrói os ganhos da desguerrilhação progressiva. A ala dirigente da Renamo é um fac-símile daquele herói de um filme de Charlie Chaplin que, apanhado por uma tempestade de neve quando dormia na sua cabana, vê esta de repente na borda de um precipício. Ao acordar, quer sair. Mas se avança para o lado do precipício, a cabana tomba; se recua e pretende sair, a tempestade aguarda-o. O herói de Chaplin não pode nem habitar a cabana nem deixá-la.
(continua)
Trovoada social : Renamo e guardas-fronteira
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Observação: em período eleitorais, a Renamo costuma ser acusada de movimentar os seus guardas, especialmente em Marínguè. Há dias, o "Magazine Independente" reportou que a Renamo preparava os seus guerrilheiros para responder à FIR. Agora o partido liderado por Afonso Dhlakama passa de acusado a acusador. Sem dúvida que, nas margens das eleições, estamos em período de trovoada social.
M'panda: o dilema
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O que é democracia? (1)
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Tendes aí uma pergunta completamente dramática, não é? Uma parte de nós gravita em torno da democracia eleitoral, uma parte de nós talvez faça dela, dessa democracia eleitoral, a democracia em si. Por outro lado, aqui, na internet, encontramos montes de respostas salutares e digestivas à pergunta. No que me concerne, como não sei o que é democracia, tentarei responder-lhe, naturalmente que de forma muito pouco ortodoxa. Vão aguardando, pode ser? E, já agora, vão pensando na pergunta e na resposta do perverso cartoon em epígrafe, nos muitos ditadores e nas muitas ditaduras que nos fazem habitar desde que nascemos.
(continua)
Não consigo entrar no blogue
Apenas através do meu celular e pela Mcel consegui entrar no blogger e escrever este aviso. Há mais de sete horas que não consigo entrar quer na minha página quer na edição de postagens através do meu computador. Melhor: não consigo entrar em nenhum blogue do blogger. Da mesma forma, nåo consigo editar comentários. Se puderem, digam-me vocês se conseguem entrar, usem o meu email. Obrigado.
Adenda às 8:17: com dificuldade, entrei agora. Certamente é o xipoko (fantasma) dos problemas anteriores...
27 abril 2009
Catástrofe social
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Linchado à machadada em pleno dia
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Facciosismo flagrante!
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26 abril 2009
O cálice envenenado de Zuma
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Hi5: nova vereda política no país
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Censo 2007
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Jacob, o "zulu"
Tem sido frequente na imprensa internacional salientar a natureza zulu do futuro presidente sul-africano Jacob Zuma. Entre nós, pela pena do jornalista José Sixpence, o semanário "Domingo" de hoje não ficou atrás, como o recorte da imagem em epígrafe ilustra (p. 12). Colando ao zulu o estatuto de polígamo, obtém-se um quadro ainda mais folclórico, como aqui. Já agora, recorde aqui e aqui.
25 abril 2009
Aforismos
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Mas vamos lá retomar o fôlego, com a perversidade habitual.
1. Uma coisa óbvia: apenas os partidos fracos precisam de coligações, podendo, aqui e acolá, oferecer, em troca, os préstimos de alguns intelectuais e de alguns técnicos de médio curso.
2. Quando mais seguro um partido se sente, mais ele olha os outros com sobranceria.
3. Sempre que surge um novo partido, os partidos hegemónicos ignoram-no; mas se o novo partido apresenta indicadores de futura hegemonia, imediatamente os partidos hegemónicos o apresentam revestido de características integralmente patológicas.
4. Se o inimigo político é mesmo perigoso, assenta-se sobre ele um bateria de projectores midiáticos destinados a iluminar a sua acreditada malevolência e a sua natureza virtualmente psiquiátrica.
5. Em situações de luta política intensa, os partidos despacham para o terreno de combate - mídia - os seus mais treinados especialistas da verborreia e dos mísseis ideológicos.
25 de Abril
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Adenda 1: creio que foi em Maio de 1974 que, com outros colegas jornalistas, viajando na então DETA (hoje LAM), visitei Dar es Salaam e aí, no Instituto Moçambicano, conheci Samora Machel. Lembro-me, também, de ter visto Marcelino dos Santos e Sérgio Vieira.
Adenda 2: o leitor Gouvêa Lemos, também autor de um blogue, sugeriu-me que soubessemos de uma entrevista dada a uma rádio pelo advogado Adrião Rodrigues (viveu muitos anos na então Lourenço Marques, hoje Maputo) a propósito do 25 de Abril. Confira aqui.
ANC vence com maioria absoluta?
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O ANC, partido no poder, parece ter obtido a maioria absoluta nas eleições sul-africanas, arrecadando dois terços (66%) dos quase 23 milhões de votos (quando estavam apuradas esta madrugada 99% das cédulas), com vitória garantida em oito das nove províncias do país. O candidato Jacob Zuma deverá ser o novo presidente do país quando o parlamento se reunir. O segundo partido mais votado foi a Aliança Democrática com 16% (virtual vencedora na província do Cabo Oriental) e o terceiro foi o PODE, com 7%. Confira aqui e aqui. Sobre as repercurssões da vitória de Zuma no Zimbabwe, leia aqui.
Adenda às 19:44: pelos resultados oficias, o ANC obteve 65,9% (e oito províncias das nove do país), não o suficiente para obter a maioria absoluta e, portanto, a possibilidade de mudar a constituição. A Aliança Democrática obteve 16,66% e a província do Cabo Oriental. O Congresso do Povo, formado com dissidentes do ANC, obteve 7,42%, resultado interessante dado o facto de o partido ser muito recente - fontes: João de Sousa na África do Sul através da Rádio Moçambique (noticiário das 19:30) e o Guardian aqui.
Adenda a 26/04/09, 10:58: de um leitor identificado recebo um email com o seguinte conteúdo: "Carlos, Você comete, no post sobre as eleições sul-africanas um erro muito comum entre nós. Na verdade o ANC venceu com maioria absoluta mas sem os 2/3. As maiorias possíveis são a Maioria Relativa (o candidato com maior percentagem mas sem chegar aos 50%), Maioria Absoluta (o candidato que obtiver mais de 50%) e Maioria Qualificada (que podem ser os 2/3, os 3/4 ou outras maiorias definidas)." Muito obrigado pela correcção.
A incógnita de Maúa
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24 abril 2009
Pensamento essencialista
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O rochedo de Dhlakama (4)
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O que se passou desde que aqui postei o último número?
Passaram-se três coisas: primeiro, formou-se o MDM depois que Dhlakama e os seus generais decidiram que Deviz Simango estava a mais na Renamo; segundo, uma parte dos intelectuais modernos da Renamo criticou a posição tomada e/ou abandonou o partido; terceiro, Dhlakama decidiu fixar residência política em Nampula.
O que isso quer dizer? Isso quer dizer, por hipótese, três coisas também: primeiro, a Renamo despovoou-se de parte do seu núcleo pensante mais moderno, do núcleo neuronal anti-AKM, tendo eventualmente regressado ao tipo de militantes duros, castrenses, dos anos 90; segundo, a Renamo viu fugir-lhe militantes do tipo gramsciano "homens comuns," numa cisão politicamente desfavorável daqui em diante; terceiro, Dhlakama decidiu contrariar a sangria em cima - originada, entre outros factores, pelo descalabro político na Beira, com a aposta em Manuel Pereira - investindo num demorado movimento de aproximação por baixo, pelo campo, pelas províncias mais desfavorecidas.
(continua)
Desjatrophadores em Inhambane
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Sugestão: talvez não fosse má ideia pedir conselho neste delicado campo ao bem-amado Homo Sibindycus, pai fundador da oposição construtiva, que em 2007 apresentou-se interessado em fazer cultivar jatropha em 20 mil hectares no Monapo.
A "hora do fecho" no "Savana"
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* O delegado no matutino da Joaquim Lapa estava como delegado da frel na reunião de quadros e escreveu reportagens na edição da 2ª. feira, 20 de Abril, na pagina 4, com o título “A vitória prepara-se, a vitória organiza-se”. Há quem insiste em falar de ética e deontologia profissional na classe.
* A reunião académica do instituto do economista da outra frel, trouxe “papers” quentes sobre distribuição da riqueza e o estafado combate à pobreza. Com tanta desconfiança, a universidade estatal acabou por dar “cartão vermelho” ao professor Issa Shivji da Universidade de Dar-Es-Salaam, o tal que o ano passado pôs em causa o prémio Mo Ibrahim ao nosso ex.
* Repórteres da rádio pública deviam ser submetidos a um exercício de fisioterapia no braço de tanto esticarem o microfone para o papagaio mor da frel.
* O homem, de tanto falar, perde uma oportunidade de estar calado. Mais uma vez acusou o puto Daviz e o seu MDM de falta de patriotismo por ter ido à Europa. No arquivo da Pereira do Lago poderá consultar as várias viagens feitas pelo presidente da frel em 1975, nos meses que antecederam a independência de Moçambique. Será que foi em gozo de férias?
* Repórteres da rádio pública deviam ser submetidos a um exercício de fisioterapia no braço de tanto esticarem o microfone para o papagaio mor da frel.
* O homem, de tanto falar, perde uma oportunidade de estar calado. Mais uma vez acusou o puto Daviz e o seu MDM de falta de patriotismo por ter ido à Europa. No arquivo da Pereira do Lago poderá consultar as várias viagens feitas pelo presidente da frel em 1975, nos meses que antecederam a independência de Moçambique. Será que foi em gozo de férias?
Nada fácil
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Comentário: imagino a correria, a cautela e a atenção que os assistentes dos candidatos terão para, durante cerca de três meses, cumprirem com a lei.
Sérgio Chichava do IESE
Inserto no "O País" de hoje, p. 16. Clique com o lado esquerdo do rato sobre a imagem para a ampliar. Sobre o IESE, confira aqui.
Azagaia responde a leitores e admiradores
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Na cotonet records, o rapper Azagaia - Edson da Luz de seu real nome - responde a perguntas, primeira parte de um trabalho. Eis um extracto, estando a azul um comentário/pergunta e a verde a resposta do músico:
"24 - Aqui um comentário e talvez uma pergunta ao Azagaia, de parte de um branco não europeu estrangeiro das terras do sul de América... e não sou brasileiro... vivi uma ditadura e lutei contra ela, convencido na importância de contribuir a um objectivo comum... agora que os fariseus que supostamente comandavam a minha luta e a de muitos dos meus irmãos que hoje não fazem outra coisa que cheirar, se tornaram ricos com a utopia rebelde, agora que tu mesmo estas correndo risco de te tornar nisso que criticas (pelo que dizem os comentários anteriores e de alguma maneira alimentam minhas duvidas), agora que muitos e muitas invejam tua poesia herege e coragem apenas comparavel aos madjermane... apenas quero saber se para ti vale a pena... tanta magoa e raiva suportada, tanto esforço sem espera, tantos mortos... vais chegar ao final?
Serei breve. Muitos de nós somos enganados por doutrinas... pelos “ismos”. Socialismo, Comunismo, Liberalismo, e.t.c. Mas eu defendo que essas doutrinas têm como fim último a manutenção do poder dos que estão por trás delas. Hoje a democracia também. O melhor que temos a fazer, é sermos nós próprios, lutarmos pelo nosso bem-estar e dos nossos, sem prejudicar a quem não nos prejudica. Não me verás a afirmar que as pessoas devem seguir esta ou aquela doutrina. Com todo o respeito, penso que caiste nessa armadilha e agora é só desilusão. Vale a pena sim, lutar e inspirar, mas não tentar fazer de mim um deus infalível. Eu sou um ser humano."
"24 - Aqui um comentário e talvez uma pergunta ao Azagaia, de parte de um branco não europeu estrangeiro das terras do sul de América... e não sou brasileiro... vivi uma ditadura e lutei contra ela, convencido na importância de contribuir a um objectivo comum... agora que os fariseus que supostamente comandavam a minha luta e a de muitos dos meus irmãos que hoje não fazem outra coisa que cheirar, se tornaram ricos com a utopia rebelde, agora que tu mesmo estas correndo risco de te tornar nisso que criticas (pelo que dizem os comentários anteriores e de alguma maneira alimentam minhas duvidas), agora que muitos e muitas invejam tua poesia herege e coragem apenas comparavel aos madjermane... apenas quero saber se para ti vale a pena... tanta magoa e raiva suportada, tanto esforço sem espera, tantos mortos... vais chegar ao final?
Serei breve. Muitos de nós somos enganados por doutrinas... pelos “ismos”. Socialismo, Comunismo, Liberalismo, e.t.c. Mas eu defendo que essas doutrinas têm como fim último a manutenção do poder dos que estão por trás delas. Hoje a democracia também. O melhor que temos a fazer, é sermos nós próprios, lutarmos pelo nosso bem-estar e dos nossos, sem prejudicar a quem não nos prejudica. Não me verás a afirmar que as pessoas devem seguir esta ou aquela doutrina. Com todo o respeito, penso que caiste nessa armadilha e agora é só desilusão. Vale a pena sim, lutar e inspirar, mas não tentar fazer de mim um deus infalível. Eu sou um ser humano."
23 abril 2009
Duas descrições brasileiras de Jacob Zuma
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Lá, no imenso Brasil, com seu jeitinho leve e irónico de escrever - eventualmente controverso para o nosso jeitinho -, dois jornalistas brasileiros traçaram o ratrato do próximo presidente sul-africano, Jacob Zuma: guerreiro zulu aqui e populista duas caras fiel à África tradicional aqui. Imagem reproduzida daqui.
Serviços básicos: venda e lucro em África
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Pugilismo ideológico
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O mais intenso ano político da Frelimo desde 1994
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