01 abril 2009

Nampula e Marínguè: trovoada social?

A página 3 do semanário "Magazine Independente" de hoje tem dois trabalhos ruidosos, cheios de trovoada social, com cheiro castrense e com os seguintes antetítulos e títulos a contar de cima: "Só em Nacala estão estacionados 58 jagunços de Dhlakama/SISE confirma 300 homens armados da Renamo em Nampula" (autoria de Vasco da Gama) e "De Marínguè, para evitar a iminente tomada da base de Massala pelo governo/Dhlakama ordena a seus guerrilheiros para repelirem a FIR (Força de Intervenção Rápida, C.S.)" (autoria de Isaías Natal).
Adenda 1: o trabalho de Vasco da Gama é curioso, não só por mostrar que o autor está em contacto com a segurança do Estado quanto por usar o termo "jagunços" referindo-se aos "homens armados" da Renamo.
Adenda 2: na página 22, o mesmo jornal tem uma extensa peça da autoria de Aida Matsinhe com o título "Desmobilizados de guerra ameaçam sabotar eleições". O problema está no não pagamento de pensões, segundo Hermínio dos Santos, presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique.

4 comentários:

Júlio Mutisse disse...

Dr. Há quem entre em contacto com Agostinho Chaúque e dê estampa disso no Jornal... os Serviços de Inteligência e Segurança do Estado não precisam estar lacrados... e podem usar jornais e jornalistas para fazer os "mind games" (gosto muito desta expressão) e espicaçar ou apaziguar determinadas situações. Não acha?

A mim só me cansa este assunto em cada ano ou acto eleitoral...

Anónimo disse...

é bem certo que nos anos eleitorais sempre se agita o fantasma de retorno a guerra mas este ano sente se muita tensão no ar. Isto é o resultado do que muitos têm vindo a alertar: a intolerancia entre os dois partidos armados embora um seja sobre a capa do Estado. Culpado? ambos! Um partido vale-se do Estado para abusar e destratar todos que não alinham com os camaradas ou pensam diferente. Outro desorganizado por incapacidade dos seus dirigentes ou por " mão externa" ameaça com o uso da força para fazer valer os argumentos que não consegue transmitir com uma linguagem e programa cooerente. Como alguém dizia: são dois partidos caducos. A juventude quer inovação e renovação. Um partido que fale como vai resolver o problema da qualidade do ensino, do emprego, da habitação, das doenças endémicas. Chega de ameaças, tanto para um como para outro partido. Recolham se as casernas!

Anónimo disse...

Concordo colega do blog! Chega de ameaças veladas em anos de eleições, chega de exclusão. Somos todos Moçambicanos, ninguem é mais moçambicano que o outro por ter lutado 10 ou 16 anos.
Na verdade não compreendo o que o P.R anda fazendo nesta matéria. Nunca o ouvi aconselhando as populações, os politicos no geral e a policia a pautarem por uma cultura de tolerancia , a respeitarem as diferenças de opinião e as opçoes politicas de cada um, a garantir que o moçambicano seja respeitado em função do que vale e não em função da filiação partidária. Cabe ao Presidente ser o Pai de todos os moçambicanos sem excepção. Por outro lado não dá para entender como se permitem comportamentos da migração e da policia como o que aconteceu ontem no restauane Mundos. Um individuo esta a jantar e é interrompido por um bando de policias armados até aos dentes exigindo documentação. Não têm outros métodos para caçarem os milhares de nigerianos, somalis, ruandeses, burandeses, paquistanes, bengalis e chineses ilegais que andam pela cidade? O Governo quer que o pais seja uma montra bonita para o mundial de 2010, quer atrair investidores nesta hora tão dificil, mas duvido que com este tipo de acções tal objectivo se concretize. Aposto que se algum potencial investidor esteve presente durante a famigerada rusga, a esta hora já está a por o seu dinheiro em paises com respeito pelo proximo como o Botswana, mauricias, tanzania, zambia, etc.

Anónimo disse...

O Ministério do Interior e o Minist do turismo já deveriam ter vindo a praça explicar-se e pedir desculpas pelo que aconteceu no Mundos. Lá fora, no estrangeiro, a notícia já circula e com muito exagero como é natural. Não nos espantemos quando o numero de tursitas e potenciais investidores começarem a diminuir . Este é o tipo de noticia que os médias ocidentais gostam de divulgar e em parangonas.