Creio que foi no ano passado, por ocasião das eleições autárquicas, que certos termos e expressões castrenses começaram a ocupar imponentemente o espaço do discurso político oficial. Esmagar o adversário, uma esmagadora vitória - duas modalidades de uma mesma expressão imperial que se tornaram correntes e que, certamente, terão este ano uma virulência acrescida com as eleições legislativas e presidenciais.
Canibalizar o adversário político, fagocitá-lo definitivamente - em simultâneo com a sua completa demonização -, parece ser a regra de uma certa postura política cada vez mais intolerante, postura que, ao mesmo tempo, se reclama sistematicamente dos consensos e do pluralismo de ideias.
Vamos a ver se sociólogos e cientistas políticos escolhem o tema para uma pesquisa e se rastreiam contexto, causas e modalidades de expressão. Torna-se particularmente importante, em meu entender, estudar a violência no discurso que afirma combater a violência.
1 comentário:
A aparicao de Adson Macuacua para porta-vozar os camaradas foi sintomatico disso.
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