16 abril 2009

Somos doutores doutora-tudo

Foram nascendo, são cada vez mais, são cogumelos: instituições de ensino superior, de todos os tipos, perfis, medidas e cursos. São, nada mais nada menos, do que 36 instituições. Tudo leva a crer que o mercado dá, faz frutificar. Todos os anos é uma orgia de graduações, uma competição na imprensa para ver quem produz mais diplomas e graduados, um ritual sem fim. Todos os anos é um festival de cursos sonantes, com títulos imponentes, muitas vezes cursos que podemos fazer com a rapidez como que fazemos sopas de pacote. Somos um país cada vez mais rico em togas e doutores doutorando em todo o lado. Não importa se se é doutor com d maiúsculo ou minúsculo, não interessa a origem do diploma: todos somos doutores, doutoramos não importa o quê, licenciaturas, mestrados, doutoramentos. Somos doutores doutora-tudo, tal como os cura-tudo de que tanto aqui tenho falado.
Porém, agora, o MEC acha que chegou a altura de pôr alguma ordem na desordem faroestica, no dumba nengue diplomador. Confira aqui. Obrigado ao leitor que me chamou a atenção para esta referência.

3 comentários:

Anónimo disse...

“Na classificação das instituições de ensino superior temos universidades, institutos superiores, institutos superiores politécnicos, academias, escolas superiores. Estas designações não aparecem por acaso. Destas instituições, somente as universidades podem leccionar cursos das ciências naturais, sociais e fronteiriças. As outras são vocacionais ou específicas, o que significa que devem leccionar cursos da sua vocação”, explicou.

Uma curiosidade minha: O que são "ciências fronteiças?"

Unknown disse...

http://aeiou.expresso.pt/diplomas-universitarios-a-venda-em-franca-por-2700-euros=f509204

leiam uma notícia no jornal portugues expresso através do link acima. Nao se trata de venda de certificados da 12a classe, como muitas vezes acontece por cá. Sao canudos de bacharelato, licenciatura, mestrado e doutoramente, a venda no "dumba-nengue" frances.
Assim vai a vida!

Reflectindo disse...

Não sei como é que o MEC subitamente quer reconhecer o que sempre temos vindo a discutir. Vamos a ver como será essa disciplina.