12 dezembro 2006

Mortalidade infantil em África


A África sub-sariana tem a mais elevada taxa de mortalidade infantil do mundo com 162 mortos em cada 1000. O nosso país tem uma taxa de 145/1000. Leia aqui.
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Com esta fotografia ilustrando a fome no Níger, o canadiano Finbarr O´Reilly, da agência de notícias Reuters, ganhou o prémio World Press Photo 2005.

6 comentários:

Iolanda Aguiar disse...

n'an laara, an saara ( se nos deitarmos, estamos mortos)
disse varias vezes o imortal Prof Ki-Zerbo. é uma frase aparentemente banal, nao fora o facto de ter sido pronunciada por o ilustre historiador do Burkina-Fasso, na sua lingua materna. Se assim é, para quê recorda-la? Noa està o fulano em questao jà morto? A memoria para quê? Memoria da escravatura, memoria do colonialismo... Para que serve o retorno ao passado? Nao sei. Apenas sublinho que Ki-Zerbo defendia ser urgente para Africa que esta encontre a sua memoria, que a Africa se encontre a si propria. Assim, Ki-Zerbo dizia que enquanto a Africa nao se auto-forjar, auto-constituir nao adiantarà nada receber mesmo milhares e milhares de contos.

Entretanto, eu fui buscar o “n'an laara, an saara” de Ki-zerbo pela indiferença aparente com que todos nòs passamos pelo artigo “Mortalidade infantil em Africa”.
Jà agora, porque haveria de se dar particular atençao a este artigo? Simplesmente porque havia-me lembrado que, em Maio deste ano, no artigo “Casal Gates exibe duas crianças negras” , aparecia uma fotografia do dito casal com uma criança nas mãos. Este artigo suscitou cerca de 20 comentarios.

Poderia relacionar a indiferença dos leitores ao facto das pessoas fotografadas, desta vez, nao serem Moçambicanas. Mas nao vou fazê-lo. Pois isto remeter-me-ia de modo simplificado e grosseiro, naturalmente com todos defeitos de interpretação ou de perspectiva, para a questao de “moçambicanidade” . Tema recentemente abordado por Francisco Carvalho no seu artigo “Questoes de identidade” (blog Ideias Criticas).

Pois bem, voltemos à fotografia galardoada, dir-se-ia que a pobreza de uns faz a riqueza e a gloria de outros. Parafrazeando Ivan Serra (em seu comentario à a foto dos Gates) pergunto, serà que o momento fotografico foi infeliz? Sera que foi apenas um reflexo de um milésimo de segundo que nos poderá induzir em julgamento premeditado? Sera que nòs, leitores atentos, ao deixarmos passar este flash fotografico começamos a “deitarmo-nos? cansados?
Serà k o raciciocinio de Ki-zerbo é inquestionavel? Uma “Africanidade” e, porque nao, uma “Moçambicanidade” antes de tudo impediriam que fotos como a que vemos, neste instante, circulassem pelo planeta como troféus de arte?

n'an laara, an saara

Iolanda Aguiar

Carlos Serra disse...

Regressou...Tantas questoes, tantos problemas! O que significa "africanidade", por exemplo? Reencontrar-se em que sentido? E quem se deve reencontrar?

Iolanda Aguiar disse...

Qdo vou a STP, costumam peguntar-me frequentemente “regressas-te?” E eu respondo "nao nao regressei, porque nunca sai daqui". A mesma resposta pode-se aplicar a este espaço que mto me apraz. Imprevistos ou se preferir contrariedades da vida afastaram-me dos teclados. Africanidade – identidades africanas , para ser simples e breve , naturalmente com todos defeitos de interpretação, considerando que o pto de vista de ki-Zerbo é descutivel.
Qto às ultimas questoes nao as compreendo infelizmente, por isto nao poderei responder-lhe.
Cordialmente
Iolanda Aguiar

Carlos Serra disse...

Yolanda, li o seu texto. Mas achei bem pensar que quando falamos em "Africanos", "África", devemos interrogar-nos sobre se somos todos "homogéneos" e partilhando os meus interesses. Abraço.

Iolanda Aguiar disse...

Sim, Professor tem toda a razao, é por isto que eu falei em "identidades africanas" no plural.
Bem haja
Iolanda Aguiar

Carlos Serra disse...

Pensava no que escreveu, a indiferença perante a mortalidade infantil...Abraço!