1. O interessante não é a dominação política, mas a interiorização dessa dominação, a dominação política naturalizada.
2. A isenção nas ciências sociais só tem sentido quando combinada com a militância política contra todas as formas de injustiça social.
3. A sociologia não é um receituário de problemas colocados aos fenómenos, mas uma arte de colocar problemas aos problemas.
4. Quanto mais falamos de problemas, menos tendência temos em estudá-los. O grande problema está em transformar a ciência num estética dos problemas sem o problema de os queremos realmente estudar.
5. O grande problema de muitos sociólogos é a sua presunção cardinalícia e iluminada de que existe algo como a "sociologia" estrangeira ao que ele, sociólogo, "dela" faz. Quando encontramos alguém que diga algo como "numa visão sociológica (...), as coisas vistas pelos prisma da sociologia (...), a sociologia ensina-nos que (...)", devemos imediatamente ser, vá lá, sociólogos.
6. Quanto mais flagrante é a desigualdade social, mais tendência têm os fast thinkers para exigir a neutralidade científica.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Nao sei como conseguir-se isencao sendo-se militante, do que quer que seja...
E quem define afinal o que e ou nao e uma injustica e o que nao e? Julgar os outros atravez de nos nao sera uma forma de perpetuar aquilo que de si consideramos injustica?
Penso no que escreveu.
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