Na vistosa tradição da propaganda eleitoral do país, o cartaz, o panfleto, a camisete, a sagrada efígie do candidato, o calendário com o símbolo do partido, por vezes o porta-chaves, a viatura (com o clímax ostentatório no 4x4) e o espectáculo musical são componentes obrigatórias ou quase obrigatórias do alfobre de persuasão dos candidatos, em particular dos mais abastados. Frequentemente os partidos não começam a campanha eleitoral se não estiverem munidos de cartazes. Esses apetrechos são considerados artigos sagrados, mágicos, na caixa de ferramentas dos ilusionistas políticos. Sem eles é suposto que a campanha eleitoral é má ou vai ser má. A guerra dos cartazes e dos panfletos é significativa: rasgar os do adversário constitui uma maneira guerrilheira de, por extensão, o eliminar simbolicamente. A ideia substantiva é a de que ganha as eleições quem mais abastado for na mencionada caixa de ferramentas (Na imagem, os candidatos à presidência do município de Quelimane, respectivamente Abel Henriques da Frelimo e Manuel de Araújo do MDM, arranjo meu a partir de fotos do jornalista António Zefanias).
(continua)
1 comentário:
O Araújo passa a mensagem de jovem para jovens. Concorda?
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