07 novembro 2013

Cenários pós-Santungira (17)

Décimo sétimo número da série. No segundo dos cinco pontos do sumário proposto no número inaugural, com a indicação expressa de que em todos eles apenas terei em conta pequenas hipóteses que, absolutamente, precisam ser testadas. 2. O cenário da guerrilha líquida de baixa intensidade. O que sucede agora? Sucede que temos assaltos na Estrada Nacional n.º 1. Os cenários de pesadelo regressaram, com pessoas mortas e feridas, com viaturas incendiadas. Estamos perante um dos cenários pós-Santungira, o cenário da “guerrilha líquida” de baixa intensidade. Guerrilha líquida, agora não no sentido de estado volátil, mas no duplo sentido de pequenos grupos de guerrilheiros infiltrando-se rapidamente como a água (o guerrilheiro movendo-se como o peixe na água, diria Mao Tse Tung) (1) seja na floresta e nos meandros sinuosos que bordejam a Estrada Nacional n.º 1, (2) seja em grupos populacionais de fidelidade histórica situados entre o Save e Muxúnguè, dos quais devem receber apoio, protecção e silêncio. Se não se importam, prossigo amanhã.
(continua)

1 comentário:

nachingweya disse...

O erro do Governo foi e tem sido não levar em consideração « os grupos populacionais de fidelidade histórica» que não se situam só nas margens da N1 dos quais seguramente a Renamo recebe apoio, protecção, silêncio e voto.
Outro erro fundamental do Governo é pensar que a Renamo se trata de um grupo de bandidos como convém catalogar qualquer inimigo sobretudo na propaganda psiquica de guerra. Os 21 anos de -nao direi mais de Paz- ausência de guerra demonstraram que uma boa franja das populações apoia e vota na Renamo , e que algumas verdades surpreendentes não vieram à tona graças a artifícios informáticos e alguma miopia observacional.
O que quer dizer que a Renamo é algo com que temos que viver tal como vivemos com os nossos familiares.
É este o apelo que faço para o espirito das conversações entre o Presidente Guebuza e o Sr Dhlakama marcadas para amanha, dia 08 de Novembro 2013. (Não me ocorre que o convite tenha sido público sem que todos os arranjos logísticos e protocolares estejam firmados. Os nossos governantes são pessoas sérias e urge estancar o sangue de Moçambique)