27 outubro 2011

Fio de Ariadne das manifestações mundiais (7)

"Todas as relações fixas e enferrujadas, com o seu cortejo de vetustas representações e intuições, são dissolvidas, todas as recém-formadas envelhecem antes de poderem ossificar-se. Tudo o que era das ordens sociais e estável se volatiliza, tudo o que era sagrado é dessagrado, e os homens são por fim obrigados a encarar com olhos prosaicos a sua posição na vida, as suas ligações recíprocas."
O sétimo número da série.
Perguntei no número anterior se as cidades e as ruas podiam ser tomadas como entidades exteriores às relações de produção. Convireis que parece uma questão pueril e desprepositada. Mas tenho para mim que não é, há gente que acha que cidades e ruas são meros conjuntos de pessoas diferentes. Cidades e ruas são ocupadas por pessoas permanentemente inscritas em relações assimétricas de produção e distribuição, relações que nada têm a ver com os postulados abstractos de "unidade", "universalidade", "globalização" e "diferença cultural". Não ter em conta o sóciometabolismo (para usar um termo de  István Mészáros) dessas relações é não compreender ao mesmo tempo a unidade e a diversidade das manifestações mundiais de protesto e aspiração a novos tipos de vida.
Com a vossa autorização, prossigo mais tarde.
(continua)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Militantes do status quo odeiam todos os mészáros que questionam o deixa andar.