23 outubro 2016

De novo na imprensa a falsa letalidade da bílis do crocodilo [2]

No "Notícias" de 21 de Outubro: "Cinco indivíduos indiciados de extracção de bílis de 24 crocodilos na albufeira de Cahora-Bassa estão a responder em juízo na província de Tete. O caso é deveras preocupante pois o veneno deste líquido é letal. Até ao momento não são conhecidas as razões da sua extracção e o paradeiro desta substância." Aqui.

Número inaugural aqui. Torna-se indispensável recuar um pouco na história para enquadrarmos melhor as crenças sobre os malefícios atribuídos a partes do corpo dos crocodilos, animais considerados repositórios do Perigo Absoluto, do Grande Mal, nas representações populares. Eis o que sucedeu em 2008 na periferia da cidade de Maputo"Apareceu um crocodilo com dois metros de comprimento junto ao muro de vedação do paiol das Forças Armadas na cidade de Maputo e a festa instalou-se logo entre os residentes dos quarteirões dois e três do bairro do Zimpeto e parte de Mahlazine. Segundo o "Notícias", o animal foi abatido e a carne distribuída, mas tudo misturado com uma grossa inquietação, pois o Sr. Bernardo Mabote apoderou-se da cabeça do animal, "cuja massa cerebral é tida como um veneno mortífero para as pessoas." Depois, o chefe do quarteirão 2 do bairro de Zimpeto, o Sr. Gaspar, "tentou, sem sucesso, proteger a parte da cabeça do animal para evitar que ficasse com indivíduos de conduta duvidosa, que eventualmente podem usar o cérebro para envenenamentos". O homem foi agredido e impedido de tirar a cabeça do crocodilo. Um criador de crocodilos próximo da área, Sr. José Ferreira, garantiu que o animal não lhe pertencia." Aqui e aqui. Ora, não há comprovação científica de que a "massa cerebral" do crocodilo seja um "veneno mortífero".

1 comentário:

Sir Baba Sharubu disse...

Criação de crocodilos em cativeiro.

Quanto importante é este negócio em MOZ ?