Quarto número aqui. O sr. Mulai estabelece uma conexão a partir de um fenómeno de contiguidade e de sucessão. Porém, não está provado nem que as dores de dentes tenham a origem indicada nem que uma relação de causalidade deva ser obrigatoriamente estabelecida entre dois fenómenos simultâneos. O sr. Mulai precisaria de uma evidência estatística muito mais extensa para ser convincente. Porém, dispensa esse requisito, como quase todos nós afinal, e pode, mesmo, ampliar a esfera de acção dessa conjunção que acha necessária e estabelecer nas conversas de amigos ou que "a água gelada provoca-me dores de dentes" (tese fraca) ou que "a água gelada provoca-nos dores de cabeça» (tese forte). Pode, portanto, transformar uma conexão acidental numa conexão necessária e generalizável, evacuando a prudência analítica e omitindo alternativas causais. O seu raciocínio tem a seguinte estrutura:
1) A > B
2) Se A
3) Logo B
Ou se preferirem, para o caso da "tese fraca":
1) Quando bebo água gelada(A) > dói-me a cabeça(B)
2) Bebo água gelada(A)
3) Dói-me a cabeça(B)
1) A > B
2) Se A
3) Logo B
Ou se preferirem, para o caso da "tese fraca":
1) Quando bebo água gelada(A) > dói-me a cabeça(B)
2) Bebo água gelada(A)
3) Dói-me a cabeça(B)
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