30 março 2015

Dhlakama e a produção de espectáculo (7)

"[...] o líder faz crer que muda ou pode mudar o mundo apenas com o poder da sua palavra" [Taguieff, Pierre-André, L´Illusion populiste, Essais sur les démagogies de l´âge démocratique. Paris: Champs/Flammarion, 2007, p. 33, tradução minha, C.S.].
Sétimo número da série. Passo ao terceiro ponto dos cinco pontos sugeridos aqui, a saber: Bipolarização da política entre bons e maus. O discurso da Renamo em geral e de Afonso Dhlakama em particular é muito simples, muito daltónico: a Frelimo pertence ao reino dos maus e a Renamo ao reino do bons, os males da história são da responsabilidade total da Frelimo, as receitas para os erradicar residem unicamente na Renamo. Ninguém melhor do que Gramsci para definir o populismo de Dhlakama nos comícios: "A massa é simplesmente uma massa de "manobra" e é ocupada com prédicas morais, com tiradas sentimentais, com mitos messiânicos de espera de idades fabulosas, em que todas as presentes contradições e misérias serão automaticamente resolvidas e sanadas." [aqui]

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