Terceiro número da série. Vamos a um segundo ponto. O termo populismo é controverso e há pouco acordo sobre o seu significado. Mas talvez seja útil recordar uma posição de Pierre-André Taguieff, a saber: “[...] o populismo, oscilando entre o autoritarismo e o hiper-democratismo não menos do que entre o conservadorismo e o progressismo reformista [...] – não podia ser considerado nem como uma ideologia política, nem como um tipo de regime, mas como um estilo político, alicerçado no recurso sistemático à retórica de apelo ao povo e à implementação de um modelo de legitimação de tipo carismático, o mais adequado para valorizar a "mudança". É justamente porque é um estilo, uma forma vazia preenchida à maneira de cada líder, que o populismo pode ser posto ao serviço de objetivos antidemocráticos não menos do que de uma vontade de democratização” [Taguieff, Pierre-André, L´Illusion populiste, Essais sur les démagogies de l´âge démocratique. Paris: Champs/Flammarion, 2007, p. 9, tradução minha, C.S.]. Voltarei a este ponto. Se não se importam, prossigo mais tarde.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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