11 março 2015

Assassinato de Gilles Cistac: hipóteses sobre contexto, causalidade e consequências (8)

"O facto científico é conquistado, construído e verificado" [Gaston Bachelard]
Oitavo número da série. Entro no terceiro ponto do sumário proposto aqui, a saber: 3. Consequências, subponto 3.1. O regresso dos fantasmas. Prossigo esta série sobre o assassinato do Professor Gilles Cistac no dia 3 deste mês, ele que - segundo o "Notícias" digital - remetera no dia anterior à Procuradoria-Geral da República uma queixa "relacionada com difamação e calúnia e não ameaças de morte, conforme tem-se propalado nalguma imprensa. A calúnia e difamação eram feitas por alguém que usava uma alcunha nas redes sociais." A questão neste subponto tem a ver com o regresso dos fantasmas. Com efeito, o assassinato de Cistac fez regressar à memória de muitos as recordações tristes das mortes de outros moçambicanos, entre eles Carlos Cardoso e Siba-Siba Macuácua. É como se cada assassinato anterior tivesse deixado na memória das pessoas um aguilhão, que agora reapareceu, vivo e doloroso. Ainda que cada assassinato tenha o seu espaço causal próprio, perante este novo assassinato o aguilhão surgiu transversal, aglutinador, único, herdeiro de todos.

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