"O facto científico é conquistado, construído e verificado" [Gaston Bachelard]
Décimo segundo número da série. Permaneço no terceiro ponto do sumário proposto aqui, a saber: 3. Consequências, terminando o subponto 3.2. Produção criminógena de medo. Referi no número anterior a pequena temporalidade, aquela que mais aguda e rapidamente reacende a memória dorida das pessoas, aquela que parte do assassinato do jornalista Carlos Cardoso em 2000 e passa por Siba-Siba Macuácua, economista assassinado em 2001. Na verdade, esses dois assassinatos, ainda que não únicos, marcaram e marcam fortemente a produção criminógena de medo no país e as percepções populares sobre riscos pessoais. Quem os matou não queria provavelmente apenas matá-los: queria, também, matar todo o exercício posterior de dignidade profissional, de dignidade opinativa, de independência decisional. Hoje, com o assassinato de Gilles Cistac, parece existir a convicção generalizada de que certos poderes estabeleceram limites definitivos a certos tipos de pensamento questionador e interventor. Mas permitam-me avançar no sumário, pois é agora chegada a altura de entrar em mais um subponto, a saber: 3. Risco de descredibilização do Estado. Este é mais um ponto vital em toda esta odisseia marcada pelo assassinato do Professor Cistac. Se não se importam, prossigo mais tarde.
Décimo segundo número da série. Permaneço no terceiro ponto do sumário proposto aqui, a saber: 3. Consequências, terminando o subponto 3.2. Produção criminógena de medo. Referi no número anterior a pequena temporalidade, aquela que mais aguda e rapidamente reacende a memória dorida das pessoas, aquela que parte do assassinato do jornalista Carlos Cardoso em 2000 e passa por Siba-Siba Macuácua, economista assassinado em 2001. Na verdade, esses dois assassinatos, ainda que não únicos, marcaram e marcam fortemente a produção criminógena de medo no país e as percepções populares sobre riscos pessoais. Quem os matou não queria provavelmente apenas matá-los: queria, também, matar todo o exercício posterior de dignidade profissional, de dignidade opinativa, de independência decisional. Hoje, com o assassinato de Gilles Cistac, parece existir a convicção generalizada de que certos poderes estabeleceram limites definitivos a certos tipos de pensamento questionador e interventor. Mas permitam-me avançar no sumário, pois é agora chegada a altura de entrar em mais um subponto, a saber: 3. Risco de descredibilização do Estado. Este é mais um ponto vital em toda esta odisseia marcada pelo assassinato do Professor Cistac. Se não se importam, prossigo mais tarde.
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