Segundo número da série. Vamos a um primeiro ponto. O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, gosta muito de falar de si. Esta paixão por si, de pendor visivelmente narcísico, tem duas modalidades: a da primeira pessoa do singular "(eu sou o mais forte" ou "eu não irei permitir") e a da terceira pessoa do singular ("O Dhlakama vai ganhar" ou "O Dhlakama não vai permitir"). Provavelmente a segunda modalidade é cada vez mais frequente. É como se uma parte de Dhlakama precisasse da terceira pessoa do singular para não fazer da primeira um monumento ostensivo, é como se a sua forte reverência pela autoparusia precisasse de moderação transferindo para a terceira pessoa uma responsabilidade demasiado visível e vaidosa na primeira. Ou como se precissasse de um público dentro de si. Se não se importam, prossigo mais tarde.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
As prioridades do pai Afonso sao diferentes das dos moçambicanos.
Os moçambicanos, do Rovuma ao Umbeluzi, querem agua e luz nas suas habitaçoes, pedem um sistema de saude digno, exigem uma educaçao publica de qualidade...
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