20 março 2015

Dhlakama e a produção de espectáculo (2)

Segundo número da série. Vamos a um primeiro ponto. O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, gosta muito de falar de si. Esta paixão por si, de pendor visivelmente narcísico, tem duas modalidades: a da primeira pessoa do singular "(eu sou o mais forte" ou "eu não irei permitir") e a da terceira pessoa do singular ("O Dhlakama vai ganhar" ou "O Dhlakama não vai permitir"). Provavelmente a segunda modalidade é cada vez mais frequente. É como se uma parte de Dhlakama precisasse da terceira pessoa do singular para não fazer da primeira um monumento ostensivo, é como se a sua forte reverência pela autoparusia precisasse de moderação transferindo para a terceira pessoa uma responsabilidade demasiado visível e vaidosa na primeira. Ou como se precissasse de um público dentro de si. Se não se importam, prossigo mais tarde.

1 comentário:

Sir Baba Sharubu disse...

As prioridades do pai Afonso sao diferentes das dos moçambicanos.

Os moçambicanos, do Rovuma ao Umbeluzi, querem agua e luz nas suas habitaçoes, pedem um sistema de saude digno, exigem uma educaçao publica de qualidade...