"[...] o líder faz crer que muda ou pode mudar o mundo apenas com o poder da sua palavra" [Taguieff, Pierre-André, L´Illusion populiste, Essais sur les démagogies de l´âge démocratique. Paris: Champs/Flammarion, 2007, p. 33, tradução minha, C.S.].
Sexto número da série. Escrevi no número anterior sobre a teatralização do papel de messias e demiurgo a cargo do presidente da Renamo. Passo ao segundo ponto dos cinco pontos propostos aqui, a saber: Ritualização do drama e do imaginário. Portador de fala rápida habitada por termos populares, hábil a reescrever e a branquear a história a seu favor e a favor do seu partido, autoproclamado pai da democracia num país que com ele viveu um dos mais cruéis holocaustos da história (confira aqui), Afonso Dhlakama sabe ritualizar o drama e o ávido imaginário popular atribuindo a totalidade dos males de Pandora à rival, a Frelimo. O seu discurso é muito simples: a Frelimo é produtora partidária de infelicidade, ele e o seu partido criarão a felicidade apartidária quando estiverem a gerir o Estado.
Sexto número da série. Escrevi no número anterior sobre a teatralização do papel de messias e demiurgo a cargo do presidente da Renamo. Passo ao segundo ponto dos cinco pontos propostos aqui, a saber: Ritualização do drama e do imaginário. Portador de fala rápida habitada por termos populares, hábil a reescrever e a branquear a história a seu favor e a favor do seu partido, autoproclamado pai da democracia num país que com ele viveu um dos mais cruéis holocaustos da história (confira aqui), Afonso Dhlakama sabe ritualizar o drama e o ávido imaginário popular atribuindo a totalidade dos males de Pandora à rival, a Frelimo. O seu discurso é muito simples: a Frelimo é produtora partidária de infelicidade, ele e o seu partido criarão a felicidade apartidária quando estiverem a gerir o Estado.
Adenda às 06:36: entretanto, a ênfase na desobediência civil mantém-se inalterável nos propósitos do presidente da Renamo: "Dhlakama afirmou que 15 mil manifestantes travaram uma ditadura no Egito, um Governo, disse, com um exército mais forte que a FADM (Forças Armadas de Defesa de Moçambique) e uma polícia bem alimentada, avisando que as multidões que aderem aos seus comícios seriam capazes de assaltar o país em poucos minutos, não havendo homens e balas para parar a sua fúria." Aqui. Recorde neste diário a série em 14 números intitulada "Renamo: desobediência civil como estratégia política", aqui.
Adenda 2 às 06:43: mais um exemplo, desta vez com um laivo étnico: "Imaginem que eu convoco um comício na Beira, com milhares de pessoas, e marchamos para o palácio da governadora [Helena Taipo] para dizer 'vai-te embora'. A polícia pode tentar disparar, os meus guardas também vão responder e, então, voltaríamos à guerra", afirmou Afonso Dhlakama, que se referiu à dirigente provincial de Sofala, nomeada pela Frelimo, como "aquela macua" (originária de Nampula, norte)." Aqui.
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