Soube há dias, no campus da Universidade Eduardo Mondlane, da existência de uma Liga dos Estudantes Comunistas de Moçambique. Graças a uma colega, consegui chegar a dois dos seus membros, Régio Conrado e Cremildo Armando, que, gentilmente, acederam falar comigo. Vários números desta série serão ocupados neste diário com uma entrevista feita a Régio Conrado (em primeiro plano na imagem). Transcrevo:
Carlos Serra: Liga dos Estudantes Comunistas de Moçambique - onde, quando e como surgiu?
Régio Conrado: em primeiro lugar, queremos agradecer o interesse que o Prof. Carlos Serra mostra relativamente ao nosso Grupo, a Liga de Estudantes Comunistas de Mocambique. Num contexto como o nosso, em que muita gente está habituada a pensar rectilineamente, de uma determinada maneira, muitas vezes julgam que não há espaço para pensar alternativamente, que não seja dentro dos quadros do neoliberalismo, capitalismo ou tudo o que tenha que ver com o pensamento dominante pós-1990. A Liga de Estudantes Comunistas de Moçambique nasce axiologicamente num país, Mocambique, que há muito busca a liberdade substantiva, aquela liberdade que faça que cada um sinta-se autêntico na sua existência e temporalidade. De uma forma mais particularizada, esta Liga nasce na Universidade Eduardo Mondlane, a mais antiga universidade de Moçambique, em 2010, constituída numa primeira fase por estudantes da Faculdade de Letras e Ciências Sociais (resposta ainda não concluída, CS).
Carlos Serra: Liga dos Estudantes Comunistas de Moçambique - onde, quando e como surgiu?
Régio Conrado: em primeiro lugar, queremos agradecer o interesse que o Prof. Carlos Serra mostra relativamente ao nosso Grupo, a Liga de Estudantes Comunistas de Mocambique. Num contexto como o nosso, em que muita gente está habituada a pensar rectilineamente, de uma determinada maneira, muitas vezes julgam que não há espaço para pensar alternativamente, que não seja dentro dos quadros do neoliberalismo, capitalismo ou tudo o que tenha que ver com o pensamento dominante pós-1990. A Liga de Estudantes Comunistas de Moçambique nasce axiologicamente num país, Mocambique, que há muito busca a liberdade substantiva, aquela liberdade que faça que cada um sinta-se autêntico na sua existência e temporalidade. De uma forma mais particularizada, esta Liga nasce na Universidade Eduardo Mondlane, a mais antiga universidade de Moçambique, em 2010, constituída numa primeira fase por estudantes da Faculdade de Letras e Ciências Sociais (resposta ainda não concluída, CS).
(continua)
7 comentários:
Ora aqui está, sem dúvida que esta é uma novidade. Afinal há quem pense de forma diferente da praça. "É ou não é?"
Claro que, em Mocambique, pensar diferente so poderia ser o pensar "comunista". Que conveniente!
E pena que, para idade que imagino tenham os novos FDJs da UEM, nem se lembrem que os seus pais e avos tambem eram proibidos de pensar diferente de tudo que nao fosse "comunista".
Que ironia...
Bem haja a associação. Espero que cresça para partido. Haverá muitos aderentes se se mantiverem fieis aos princípios do comunismo.
(O que matou o comunismo foram as ideias absolutistas de muitos dos seus dirigentes. O absolutismo comunista criou tiranos de má memória)
Ironia é mesmo saber que uns demcoratas mandaram uma vez para a câmara de gás comunistas, lutadores da liberdade outros. Que ironia mesmo! Que conveniente! Que comovente!
Os "FDJs" do liberalismo e sua "conveniência"...
Pobres mentes, devem ser novos demais e nao imaginam o mal q o comunismo fez ao mundo
Queremos agradecer antes mais nada as diversas contribuicoes que os nobres leitores deste fazem as nossas posicoes. Comecemos por esclarecer que a nossa defesa do comunismo nao se confunde com a defesa dos regimes autoritarios, totalitarios e hibridos que se desenvolveram ou se desenvolvem em nome do comunismo. Uma coisa e aquilo que a historia mostra como comunismo mas que no fundo sao experiencias que se pretendiam comunistas. Ou seja, maior parte dos elementos que sao trazidos pelo Ricardo e anonimo mostram que ou nao compreendem o fundo do nosso discurso ou porque querem ignorar os fundamentos filosoficos em que se assenta o comunismo pois que se tivessem essa clareza creio que nao poderiam confundir Titos, Stalin, ou outros que se pretenderam comunistas mas nao passavam de ditadores usando o comunismo como um escudo. Nos continuaremos a caminhar nesse sentido porque o que queremos e contribuir para o progresso e desenvolvimento do pais. Contribuir com ideias,com praticas o que significa que o comunismo para nos nao nos interessa tanto enquanto ideologia ao servico de poucos ou apenas para condenar a escravidao os outros mas sim enquanto uma forma de pensar e de viver segundo um perspectiva de respeito ao homem. Esta Liga nao e apenas constituida por Homens mas tambem por mulheres e por estudantes de diferentes lugares de Mocambique porque mais do que discutirmos se o comunismo e bom ou mau, as pessoas para os nossos ideiais, principios. Acreditamos que os nosso principios e ideaisi sao justos e toda a pessoa consciente da moralidade, humanidade nao podera negligenciar os nossos posionamentos. Somos mocambicanos que tivemos e temos o privelegios de conhecer e estudar a nossa historia sob diferentes prismas e nao somos convecidos de que temos a verdade mas simplesmente que temos de continuar a contribuir para o pais. Sr. Nachingueia estamos-lhe muito agradecido pelos posicionamentos encorajadores mas sentiremo-nos mais encorajados se ao nivel da sua localidade, bairro, cidade despertar a consciencia das pessoas para uma cidadania mais activa e activante. Muitos pensam que somos lunaticos e utopicos mas estamos convecidos que a historia da humanidade e feita de utopias que configuram as dinamicas da sociedade.
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