28 junho 2012

A carne dos outros (5)

Quinto número da série, com tema referido aqui, finalizando o ponto dois do sumário sugerido aqui: A crença mostrada no número anterior através de um documento do século XVI era (e continua a ser, aqui e acolá) invariavelmente expressa através de uma acusação de feitiçaria. Por outras palavras: era considerado ilícito todo o processo de acumulação realizado à margem das relações sociais existentes, especialmente parentais. Acreditava-se que enriquecer era ferir a comunidade, o igualitarismo aldeão. Esta é uma crença reactualizada em permanência em outras áreas do país e através de diferentes modalidades de imputação causal. Mas há ainda um outro fenómeno, a dar conta proximamente.
(continua)
* Recorde a minha série em 14 números intitulada Ionge: populares acusam autoridades de prender a chuva no céu, aqui. Para um excelente livro em francês que estabelece uma relação entre a percepções populares, feitiçaria, política e enriquecimento, consulte Geschere, Peter, Sorcellerie et politique, la viande des autres en Afrique. Paris: Karthala, 1995.

2 comentários:

nachingweya disse...

http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/1464538

http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/1464589

ESTES SÃO CRIMES QUE FARIAM CORAR QUALQUER JESUITA MESMO EM TEMPO DE INQUISIÇÃO.

Salvador Langa disse...

Este povo dos tempos diz que é mau enriquecer e o representante da Frelimo diz que é bom, sem dúvida que o relógio da história é genuinamente complicado.