Vigésimo número da série, décima segunda questão:
Carlos Serra: Como analisais o país entre 1975 e 2012?
Régio Conrado: Em 1975 alcançámos a independência. O país tinha herdado uma economia desfigurada, desarticulada, de serviços. Estávamos numa situação de precariedade económica, mas mesmo assim podemos dizer que apesar dos nossos problemas conseguíamos orgulhar-nos de ser Moçambicanos. Durante esta primeira República nós tínhamos um Estado em que os serviços sociais e educacionais eram dos melhores e dos mais abrangentes, tÍnhamos produtos que eram exportados e isso constituía o nosso orgulho e fonte de divisas para o país. Tínhamos problemas, mas todos sabiam por que passavam fome, por que não iam à escola. Era um período em que todos podiam ser capazes de compreender a sua dramaticidade.
Carlos Serra: Como analisais o país entre 1975 e 2012?
Régio Conrado: Em 1975 alcançámos a independência. O país tinha herdado uma economia desfigurada, desarticulada, de serviços. Estávamos numa situação de precariedade económica, mas mesmo assim podemos dizer que apesar dos nossos problemas conseguíamos orgulhar-nos de ser Moçambicanos. Durante esta primeira República nós tínhamos um Estado em que os serviços sociais e educacionais eram dos melhores e dos mais abrangentes, tÍnhamos produtos que eram exportados e isso constituía o nosso orgulho e fonte de divisas para o país. Tínhamos problemas, mas todos sabiam por que passavam fome, por que não iam à escola. Era um período em que todos podiam ser capazes de compreender a sua dramaticidade.
(continua)
7 comentários:
O Moçambique de que ele fala deve ser outro. Herdamos uma economia frágil, mas estava no top 10 de África. E quem destruiu? O Comunismo Marxista-Leninista, na luta feroz que se fez aqui em Moçambique contra o capitalismo. A história já demonstrou que o comunismo não é bom para os povos. A distribuição igual e justa que se faz é da probreza, porque o comunismo não produz riqueza. O que têm de pensar é um capitalismo mais humano, que distribua melhor a riqueza. Há bons exemplos: A Dinamarca, a Suécia, a Suíça, o Canadá, etc etc. Para o bem e para o desenvolvimento da humanidade, comunismo nunca mais. Ensinaram-nos na escola que o comunismo era bom, mas depois da queda do bloco comunista verificou-se que aqueles paises todos eram pobres e tecnologicamente atrasados.
Se lembram das campanhas da medicina preventiva, dos muitos êxitos?
Conrado, va estudar o assunto antes de falar. Se aqui havia uma economia incipiente de servicos, entao NAO SOU EU quem gosta de dizer que a fuga massiva de colonos reduziu o nosso aparelho produtivo a nada. Ja em 1976 comecamos a ter bichas e racionamento em Maputo, e as fabricas, machambas e outros estavam ai. Ja havia aqui uma industrializacao para servir o mercado interno (e nao o de exportacao). O nivel de importacao de bens e servicos era notoriamente BAIXO se comparado com os nossos dias. E os consumidores nao estavam racialmente divididos. Portanto, desta vez, mentiu por conta da ideologia que professa. Ora isso, e muito censuravel.
Ricardo, estou as minhas ideias com nas leituras que fiz e faco em torno da historia de Mocambique, nao afirmo nada que nao tenha passado por uma grande revisao. Mais ainda, se olharmos para aquilo que e a realidade que o sistema e regime politicos nao sao directamente ligados. O comunismo quando nao confudido com ditaduras pode contribuir mais para a bem-estar de todos e nao apenas de alguns. Nao entrarei nos seus oportunismos pois se ha uma coisa que faco e estar a estudar, investigar para evitar corriqueirismo. Ademais, se o ricardo ler bem a historia de mocambique vera que tera de reflectir sobre os seus pensamentos. Se nao vejamos, era das dez melhores economias mas relativamente a que economias e qual era a estrutura economica de Mocambique no tempo colonial? Que tipo de economia Mocambique tinha quando entrou para o panteao de paises independentes? Eu penso que as pessoas devem discutir as coisas com conhecimento de causa pois que conhecer historia nao saber ou conhecer datas e dizer bla bla mas sim ter a capacidade de desenvolver uma percepcao sobre a realidade a partir das categorias historicas. Ricardo, ao longo da historia de Mocambique contemporaneo notara que a economia so atingiu pontos aceitaveis em 1973. Sabe porque? Leia um pouco mais do que a raccao que podera ter recebido. Mas em todo o caso a liberdade para mim nao e libre arbitrio mas mit-zein e dai respeito o seu posicionamento. Contudo, preciso chamar atencao para uma coisa. nao confunda experiencias que se pretendiam comunistas com o comunismo enquanto proposta oposta ao capitalismo. nao podemos negar que apos a independencia tivemos problemas tanto porque os quadro que existiam fugiram porque achavam que os pretos nao podiam governar ou mesmo por outros motivos objectivos e subjectivos. Ha igualmente causas que explicam essa situacao da descida exportacao. Houve excessos na primeira Republica mas que outras perspectivas se seguiriam naquele momento historico?
Armando, nao estou para discutir se e bom ou mau. deixo isso para os dicotomizadores. eu estou simplemesmente a pensar por uma via que trazer ideias que nos podem ajudar a compreender o comunismo de outra forma que nao seja a deformada ou pelos menos a que nao condiz com os fundamentos essencias do comunismo. Para devia entrar mais a fundo nas suas compreensoes em torno do comunismo. nao entrarei em muito detalhe pois que levaria tempo demais para mostrar que algumas percepcoes sobre o comunismo precisam ser revisitas.
Regio Conrado, e perfeitamente "normal" ter atingido o patamar em 1973, tendo em conta que a verdadeira industrializacao comecou nos anos 60. Nenhum pais do mundo, mesmo a China, atingiu patamares razoaveis de desenvolvimento em menos tempo. Por outro lado, ja que gosta de ler, pedia que consultasse tambem os anuarios economicos de Mocambique onde percebera a evolucao da tendencia do crescimento economico da entao colonia de Mocambique. O que voce afirmou aqui e que o verdadeiro desenvolvimento so comecou apos a chegada da FRELIMO ao poder em Mocambique. Ora, eu acho que esta a confundir desenvolvimento economico com a contrucao do "Homem Novo" o que de si, tambem requereria um esforco economico tremendo que a FRELIMO nao teve competencia de avaliar, salvo algum realismo e coerencia individuais, como a deste senhor aqui:http://spesgaudium.blogspot.com/2010/11/o-primeiro-dia.html, por varios motivos, sendo o mais obvio, a "copia" ingenua de sistemas de governacao do pacto de Varsovia como substituto a medida do sistema castrense "nachingweya", mas tambem o oportunismo e jingoismo de pessoas como este senhor aqui: http://delagoabayworld.wordpress.com/category/pessoas/mario-f-g-machungo
Em suma, muitos erros, por inexperiencia de visao e governacao do seu pais. Na realidade, o que se viu, e se ve ainda hoje, e que o seu nobre pais criado pela sua FRELIMO e sustentado por principios e leis administrativas do tempo de D.Maria II. As financas publicas, ainda sao alicercadas com o regulamento de Fazenda de 1901, porque o moderno SISTAFE e insuficiente. E ate o Codigo Penal e do Processo Penal sao copias do regime da era colonial. E se quiser saber porque ainda assim e, nao leia somente livros de historia, entreviste os decanos do funcionalismo publico e do Governo da Republica de Mocambique para ver se eles nao concordam que o sistema que herdaram do Colono, nao era mau em todos os aspectos como voce pretendeu aqui defender com base em consultas factuais de biblioteca. E nao e uma questao de saudosismo. E uma questao de eficiencia.
Portanto, estude melhor os assuntos, antes de se posicionar ideologicamente.
Ora viva meu caro Régio Conrado! O pensamento é sempre partidário, por defender determinados interesses, objectivos, aspirações, valores, noções, em suma uma determinada concepção generalizada sobre o homem e as coisas. Porém o pensador pensante, inocente e natural, nunca é partidário, os pensamentos são que se lhe rebelam e tomam partido. Entenda assim meu caro que não lhe escrevo como paladino, apologista ou aspirante a comunista, o escrevo apenas como vítima de meus próprios pensamentos, veementemente abalados e sensíveis à realidade. É pois, com enorme prazer que lhe saúdo, e dedico-lhe estes meus incipientes juízos.
Costumam o mais das vezes, os leitores passivos, consumidores e escravos da história e não senhores nem exploradores dela, aqueles que desejam conquistar as graças de um erudito, afirmar que o comunismo teve a sua derrocada com a queda do murro de Berlim, o pensamento marxismo-leninismo foi incinerado e conferido a devida certidão de óbito com o triunfar da economia do mercado. Barda ingenuidade. a vida é esse processo de criação e destruição, porém nem tudo claramente se inventa, e ao criar-se destrói-se o já existente: é o caso do comunismo que tantos o tomam por filosofia morta. o comunismo não morreu, tornou-se na moral do capitalismo, a lei do trabalho que rege as relações laborais no nosso século, é disso exemplo paradigmático. a democracia social não o poderia deixar de ser, o crescentes sentido humanístico do capitalismo outrora selvagem testemunha-o flagrantemente, e o desenvolvimento igualitário dos países socialistas , é já de si a concretização do que com Marx e Engels em vida ira tomado por utopia. Devemos é perceber que a utopia é o desabrochar das forças teóricas cuja acção é a arma ideológica e primordial da luta ideológica dos homens revolucionários, descontentes e inconformados com as verdades legadas, desejosos de sair do mundo criado, aquele que o chamamos de realidade ou prática, para através das ideias que formam através das meras representações microscópicas do que está por de trás da prática, criarem as verdades reveladoras e orientadoras no rumo à perfeição. é assim que o pensamento Marxista, foi precocemente concebido como tal, e por imaturidade espiritual, o homem do século XXI, não solta os seus olhos das peias da escuridão, para perceber que, este é, como bem o vaticinava Marx, apenas o inicio das manifestações concretas da força transformadora do pensamento Marxista, e compreende-se pois a teoria, tem por missão dar golpes fatais à prática, e quando ela, a teoria se torna prática, os homens não a reconhecem mais.(...)
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