Jornalista Sandro Vaia, director da Agência Estado do Brasil: "A opção pelo Fla x Flu, pelo diz-que-diz, pelo lado "espetacular" da notícia, é uma opção pela preguiça, pelo comodismo, por um tipo de jornalismo "facilitário", que não requer reflexão, que não requer pesquisa, que não requer informação, que não requer contextualização, que não requer análise. É um jornalismo burro, porque dispensa o uso da inteligência. É um jornalismo barato, que pinça frases, retira-as do contexto e se possível cria conflitos onde não existem e potencializa pontos de vista divergentes transformando debates de idéias em batalhas campais. (...)." Confira, ainda do mesmo autor, aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
7 comentários:
Até dá a impressao de que está a falar de certo jornalismo mocambicano!!
Pois é, eu proprio deixei de visitar alguns sites (para nao falar de jornais).
Nas maternidades da comunicaçao social, ja nao se faz bons jornalistas.
Mal saem da encubadora ja se acham senhores da razao. Que podem escrever tudo e menos nada.
José Socrates chamou a esse tipo de jornalismo de "jornalismo de buraco de fechadura". Ou seja, pessimo jornalismo.
Por exemplo, nao sao capazes de dizer coisas boas sobre uma pessoa, uma naçao. O sensacionalismo anda ai...
Claro, o nosso jornalismo nao foge a regra. Em troca "tapioca" diz-se mentiras, oculta-se verdades, intriga pessoas, enfim, um autentico desfile de manigancia.
Zicomo
Correto !! Houve época em que o jornalismo contava com a visão aguçada de escritores e pensadores de toda ordem, que viam os fatos com um certo distanciamento, depois os tornavam em notícias com razoável olhar. Com o jornalismo formatado, enquadrado, digitalizado, fast food e sem inteligência, vemos o que circula por aí. Sempre mais do mesmo.Alguém se lembra do livro 'Recordações do escrivão Isaías Camimha', de Lima Barreto ?
... esqueci de identificar-me. O comentário onde consta a referência ao livro de Lima Barreto (Recordações do Escrivão Isaías Caminha), é de um brasileiro que acompanha este blogue.
Paulo; Brasil
Tenho para mim que o verdadeiro jornalismo comecou a desaparecer em dois momentos. Com a popularizacao da Internet. E com a invencao das redes sociais, concretamente a blogosfera.
Hoje em dia e muito dificil distinguir uma noticia e um post num blog. Por vezes trata-se da mesma coisa.
E porque o BLOG democratiza a escrita e faz do ANONIMO uma fonte de informacao, entao, qualquer um pode ser jornalista. Basta que tenha a coragem para escrever alguma coisa. E publico tambem.
Por outro lado, a escrita escorreita e analitica, que muito bem caracterizava os escribas do passado, como por exemplo, da geracao revista TEMPO, foi substituida por uma linguagem quase telegrafica de meras abreviaturas.
Abreviando tudo, ate o pensamento...
Tenho a impressao que o problema maior esta na CPLP ou PALOP's,
Li e não tive dificuldade alguma em reconhecer este jornalismo em Portugal. A incúria no tratamento da notícia tem sido de tal ordem que instalou o descrédito. Faz lembrar a alegoria do pastor e do lobo! Qualquer notícia que surja um tanto estranha e inesperada, de imediato gera desconfianças. Todos ficam convictos de que essa notícia está a servir alguém. O jornalismo parece ser actualmente o primeiro poder, mas vai ter o reverso da medalha. Ai vai, vai!
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