Acima um extracto de uma notícia inserta no "Diário de Notícias" e no "Notícias", respectivamente aqui e aqui.
Mais um pouco desta série.
No número anterior propus-vos que o fenómeno fosse analisado a partir de três vectores: 1. O vector da inquietação social provocada pelo tráfico e, especialmente, pelo rumor sistemático; 2. O vector da compensação simbólica através da transferência de causalidade; 3. O vector do oportunismo.
A inquietação social suscitada pelo tráfico e/ou pela sua ameaça dá, de imediato, origem a vários tipos de fenómenos agindo de per si ou agrupados.
1. Generalização por informação incompleta. Se houve efectivamente um rapto, é porque o rapto existe de forma generalizada e não importa onde. Ou antes ou depois, o simples desaparecimento (temporário ou definitivo) de uma criança é suficiente para fazer nascer o rapto no imaginário popular.
2. Falsa identificação. Se alguém vive de forma abastada é porque vive do rapto, do sangue dos outros. A nível campesino, existe uma secular tese, a saber: quem produz mais do que os outros, só o pode fazer à custa desses outros através de mecanismos mágicos.
Prossigo no próximo número.
(continua)
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