X é problema delicado, Y o indiciado de ser o responsável. Se o problema for alargado no sentido X...n, mostrando-se que X não é o único problema pois que há problemas n do mesmo tipo e, até, bem mais graves; e se se ampliar a extensão da responsabilidade no sentido Y...n, mostrando-se que existem n causadores de problemas do tipo X, especialmente de âmbito internacional, com consequências bem mais dramáticas, então consegue-se disfarçar o incómodo de X e a responsabilidade de Y. Se há X...n problemas e Y..n responsáveis, por que razão se haveria de singularizar o X e o Y em causa? Telhados de vidro há em todo lado, é problema global. Por aí caminham os técnicos da despistagem social, bons estudantes de Nietzsche, que um dia disse isto: "Não há factos, mas somente interpretações". Essa técnica pode tornar-se ainda mais sofisticada quando em lugar de se admitir uma culpabilidade caseira, pura e simplesmente se defende a inexistência de X e, portanto, a inocência de Y.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Quando parar de rir, aviso.
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