20 abril 2010

Os balões


O Fernando Raposo escreveu no Portal de Sena sobre as crianças que transformam preservativos em balões por terras de Marromeu, aqui. Recorde postagens minhas sobre o uso dado a redes mosquiteiras, luvas esterilizadas e preservativos aqui, aqui e aqui.

10 comentários:

ricardo disse...

Pois e,

Quando a comunicacao Estado-Cidadao tem muitos "ruidos" no canal da nisso...

Lembra-me a historia de um politico brasileiro que oferecia milhares de geleiras em miniatura quando em campanha eleitoral, sem antes querer saber se haveria energia electrica na regiao.

Dinheiro deitado fora. umBhalane tem toda razao em andar chateado.

Isto e tambem um roubo (inconsciente) do desenvolvimento.

Abdul Karim disse...

Ricardo,

Ainda nao vi cheque. UmBhalane diz que a temperatura esta mal, la.

Nosso INSS, tens algum relatorio a apresentar ?

Ja vi que nem tens tempo pra amigos, andas muito atarefado.

'E bom, nao 'e ?

V. Dias disse...

A SIDA assim é que não acaba mesmo.

Zicomo

Mausse disse...

Prof Serra,

Pois é,

Quem n tem cao
caça com Gato


Quero aproveitar este meio pra manifestar o meu pesar pela morte do Musico Tony Django UM jovem do qual tinha um carinho muito Especial.

vao as minhas m sentidades condolencias a familia.


Tony descanse em PAZ e até Sempre

Mausse

beijo de mulata disse...

E um pequeno pormenor: as redes mosquiteiras ao princípio eram brancas e rapidamente deixaram de o ser porque serviam vezes demais para véu de noivas...

Anónimo disse...

Pois, pois... e são estas as nossas criancas, as flores do amanhã. E onde andam os adultos que deviam corrigir a estes meninos?

Uma vez vi lá em Lichinga meninos que iam apanhar preservativos já usados e que depois de lavados (para lavar o "ranho", diziam eles) eram usados para fazer bolas de "catchú". Pois é, pois é!!! Ali na lixeira do bairro popular, para quem ao Estádio 1 de Maio, alí onde termina o asfalto e comeca a terra batida, existem duas barracas frequentadas por muitas raparigas de "origem duvidosa", umas verdadeiras "prostipootas" e muitos "cacadores furtivos". Tenho quase a certeza que aqueles preservativos usados provinham destes sítio.

Outro era um senhor que trabalha ou trabalhava para um desses projectos de combate ao SIDA. O facto de trbalhar lá tinha a possibilidade de levar preservativos para casa e que oferecia aos miúdos que em troca fossem buscar água no fontenário do bairro. pois é!

o que me intriga é o facto deste meninos andarem por aí e oferecerem-nos esta oportunidade de sacar estas fotografias lindas, mas onde andam os adultos que deviam orientá-los?

Aos dois meninos que eu encontrei na recolha de camizinhas, ofereci uma bola daquelas de borracha comprada no mercado municipal.

AAS

Reflectindo disse...

AAS

Mais alguns pontos que não são abordados por grupos que dizem estar a combater o SIDA, pelo sector da Saúde, o sector de educacão, em particular os professores e muito menos pelos adultos. Desde há muito que fiquei com a impressão que muitos, só e só associam a transmissão de SIDA e outras DTS às relacões sexuais. Por exemplo, será que uma pessoa que vai lavar camisinhas usadas por indivíduos infectados sem qualquer proteccão, não corre risco de transmissão? E as regras de higiene por onde andam?

Mas também, para além de eu criticar, reconheco que ainda não construímos uma linguagem adequada para informar criancas desta idade sobre o que é camisinha e para quê se usa. E o que podemos fazer? Se atendermos que as criancas gostam de brincar com os seus órgãos sexuais, será que é suficiente dizendo-lhes que as camisinhas cheias de "ranho" foram usadas?

Na minha opinião, não é só informando às criancas pelos perigos das camisinhas usadas, mas o importante é que elas não tenham acesso delas tanto as usadas como as não usadas. Por exemplo, julgo ser feio que os adultos depois as usar as deitem em qualquer lugar.

Anónimo disse...

Pois é, Reflectindo. Esses preservativos que andam espalhados por aí são usados nas rapidinhas das esquinas.

Acho eu que para muitos de nós, falar destas coisas, de preservativos etc, etc, é como se estivessemos a expôr a nossa intimidade sexual, e sentimo-nos embaracados quando temos de falar à miúdos nestas idades. Por isso, calar é a melhor forma de preservar a nossa intimidade, "dignidade" e o respeito que pretendemos.

AAS

Maria Fernanda disse...

Reflectindo,
Pois é, o sector da educação na pessoa dos seus actores: os professores e o cenário do VIH/SIDA. Decisões grandes e relevantes são tomadas em nome das dinâmicas sociais, globalização, soo n so forth e por conta disso alguns aspectos vão tapete a baixo: capital económico, social, cultural, e no fim quem paga o pato é a janela de esperança ou melhor as flores que nunca murcha. Ou seja, se o meu disco ‘duro’ não me trai, em 2004 o sector da educação sofreu uma reforma curricular, na época MINED, entre várias inovações ligadas a um poder discursivo aparece a (re)introdução da disciplina educação cívica e moral, (com direito a uma unidade temática sobre a questão) e a necessidade da abordagem do VIH/SIDA em todas as disciplinas do ensino básico pelo menos por 5 minutos durante as aulas. Muito bem: TEORIA versus PRÁTICA, ou melhor, a saída do curricula dos 20 andares do Ministério de Educação,(na época MINED/MEC/ actualmente não sei em que aguas estamos,) até sugar as lindas 11 províncias é um mega processo. Quando tens um frame sem fundo da realidade, deduzes o seguinte: os professores não abordagem a questão do VIH/SIDA, mais os porquês mantém-se desconhecidos. Mais quando procuras tintas e cores para o esboço ou estrutura do frame do VIH/SIDA nas EPCs ou ZIPs, és pego pela surpresa riquíssima dos dados que os teus informantes fornecem. As reformas curriculares de baratas não tem nada, e por conta disso, os professores são desafiados a dar vida o currículo no everyday life das EPCs sem a formação/formações prévias, ou seja, formação na área de educação cívica e moral, formação na área do VIH/SIDA onde a inclinação para a disciplina funciona como key-word, but at the and of day, ele deve informar durante 5 minutos aos alunos sobre o drama do VIH/SIDA. Quando chegas as ZIPs ou EPCs Coloco, Sampene, Martires de Inhassunge, Cololo; Manhaua; Chirangano, Mixixini, Lipale, Namuinho, soo n so forth, vês que os professores tem ideias construtivas para dinamizar a resposta ao VIH/SIDA no país, que eles sabem do famoso papel as role model que eles deviam dar a esta grande causa. Mais o everyday life das ZIPS e EPC é adjectivado por pontes quebradas entre o real e o ideal. Culpados? Não existe tempo para eles, vamos é escangalhar/desconstruir as barreiras para melhor dinamizar o processo.
Um triste episodio, (para mim, claro), recordo-me que em 2007 no mês de Agosto, sobre a umbrella do Ministério de Juventude e Desporto, (certo!), realizou-se uma mega conferência: Juventude e HIV/SIDA, que teve o poder de reunir 500 jovens do Revuma-Maputo, qual não foi o meu espanto ao receber a agenda do meeting: grandes intervenções se destacavam: Ministro da Saúde, Ministro da Juventude…, Secretaria Executiva do CNCS e FNUAP, e perguntei-me: MEC,? Enfim, num encontro com tamanha relevância, e repleto de jovens ainda no ensino secundário, marginaliza-se o sector de educação.

Se me perguntarem o que estou a fazer? Direi, estou a tratar de colocar a minha gota no vasto Índico, dissertando sobre o mesmo.

Kramar
Maria Fernanda.

Reflectindo disse...

AAS

"calar é a melhor forma de preservar a nossa intimidade, "dignidade" e o respeito que pretendemos."

AAS chama-nos a uma reflexão. A opcão ao silêncio perante os nossos filhos menores ou mesmo adolescentes e jovens é para preservarmos a nossa intimidade, dignidade e respeito, MAS preservarmos a saúde desses filhos que constituem o futuro da nacão? AO MESMO tempo admito que para muitos adultos terem a coragem será ao ano 3000 como o Ministro da Saúde prevê. Sendo que esta tarefa tem que ser feita agora antes que a raca humana se extinga, há que encontrar vias adequadas para informacão e a MARIA FERNANDA adiantou que são todas as instituicões involvidas na vida das criancas, adolescentes e jovens. Aliás, mesmo na sociedade tradicional sempre houve quem se encarregou para educacão sexual das criancas. Essas instituicões têm que fazer um trabalho coordenado como tem apelado o RICARDO.

Abraco

Maria Fernanda,

Para além do aspecto de coordenacão institucional, chamou-me/nos à reflexão sobre:
1) O controle e avaliacão dos planos ou decisões sectoriais. Portanto, não se pode fazer um plano para alegrar os doadores ou simplesmente para que eles desembolsem o dinheiro. 2) preparacão para qualquer reforma por exemplo, o currículo escolar. A Reforma de 2004 devia ter sido feita depois duma reforma nos cursos de formacão e ou reciclagem dos professores. Ora, pelo que sei, nos primeiros cursos de formacão de professores, sobretudo dos professores primários, havia saúde escolar e porquê não se reintroduzir esta disciplina.

Kramar