Vigésimo segundo número da série. Trabalhando sempre com hipóteses, permaneço no quinto ponto dos seis pontos sugeridos aqui, a saber: 5. Lógicas populares: da abstenção ao voto formal. Muito raramente as lógicas populares (no caso vertente, as representações que os eleitores fazem de eleições e políticos) surgem como determinantes nas análises dos processos eleitorais. Na verdade, determinantes são, invariavelmente, as lógicas dos políticos, dos intelectuais partidários e de muitos crédulos. Por exemplo, quando multidões enchem os comícios dos políticos, de imediato estes defendem que isso tem a ver com veneração e voto antecipado. Realizadas as eleições, se os votos não dão a vitória a certos políticos, imediatamente se grita que houve fraude. Por outras palavras: políticos, intelectuais partidários e crédutos em geral produzem, inventam o povo dos seus anseios.
(vide Serra, Carlos [dir], Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, pp.43-243)
(vide Serra, Carlos [dir], Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, pp.43-243)
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