02 janeiro 2012

Apóstolos da rosa de Fontenelle (3)

O terceiro número da série.
Somos regra geral produtores diários de imutabilidades, persistentemente acantonadas no nosso vocabulário. Dificilmente aceitamos que tudo se relaciona e que tudo se transforma. Expressões como não vale a pena, Africanos sem espíritos não são Africanos, o povo de Nampula é matrilinear e sempre haverá ricos e pobres mapeiam a nossa conduta cognitiva. Na verdade, uma parte significativa dos nossos códigos cognitivo-linguísticos está socialmente construída no sentido de dotar grupos e situações de características irredutíveis, essencializadas, homogeneizadas, biologizadas, imutáveis.
 (continua)

4 comentários:

Salvador Langa disse...

O seu livro dos "Combates" fala muito disso.

TaCuba disse...

Mesmo académicos e jornalistas gostam destas "tradições"...

Salvador Langa disse...

Sim, claro, basta ver o uso público que é todos os dias feito das ditas tradições.

Carlos Serra disse...

Na verdade, as "tradições" têm sido um dos meus "cavalos de batalha".