O terceiro número da série.
Somos regra geral produtores diários de imutabilidades, persistentemente acantonadas no nosso vocabulário. Dificilmente aceitamos que tudo se relaciona e que tudo se transforma. Expressões como não vale a pena, Africanos sem espíritos não são Africanos, o povo de Nampula é matrilinear e sempre haverá ricos e pobres mapeiam a nossa conduta cognitiva. Na verdade, uma parte significativa dos nossos códigos cognitivo-linguísticos está socialmente construída no sentido de dotar grupos e situações de características irredutíveis, essencializadas, homogeneizadas, biologizadas, imutáveis.
(continua)
4 comentários:
O seu livro dos "Combates" fala muito disso.
Mesmo académicos e jornalistas gostam destas "tradições"...
Sim, claro, basta ver o uso público que é todos os dias feito das ditas tradições.
Na verdade, as "tradições" têm sido um dos meus "cavalos de batalha".
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